Resumo

Em meio à intensificação do debate das questões socioambientais a partir dos anos 2000 em todo o mundo, dentro do contexto da Administração, às práticas gerenciais não se diferenciava das de décadas atrás. Essa discussão passou a ser discutida, principalmente ligada a sustentabilidade ambiental, através de uma cultura mais sustentável, que vem recebendo mais atenção dos órgãos governamentais e sociedade civil (COSTA et al., 2013; WARKEN; HENN; ROSA, 2014).

Ao apresentar as mudanças no comportamento dos administradores e das empresas, bem como na mentalidade das pessoas a respeito das questões socioambientais, pode-se dizer que a comunidade científica está acompanhando essas mudanças? É possível perceber que os cursos presenciais em administração continuam abordando a temática da mesma forma? Posto isto, este trabalho possui como objetivo geral: analisar a percepção de um bacharelado em Administração acerca da Educação Ambiental por ele praticada.

Ao abordar o campo da Educação Ambiental, para Sauvé (2005), os únicos pontos em comum a todas as correntes são: a preocupação com o meio ambiente e o papel central da educação como agente de mudança dessa situação. Essas correntes podem ser compreendidas como maneiras de se conceber e praticar EA e que, apesar de possuírem características específicas que as distinguem entre si, não são mutuamente excludentes em todos os planos.

Esta pesquisa possui fins descritivos e usou de procedimentos qualitativos. Ela ainda se caracteriza, por natureza, como um estudo de caso. Para a coleta de dados, uma entrevista semiestruturada foi utilizada. O sujeito aqui pesquisado é um curso presencial de Administração de uma faculdade privada na cidade Mossoró-RN. Os indivíduos escolhidos para serem entrevistados foram os coordenadores de curso, por sua função ser um elo intermediário entre alunos, professores e gestão, e aqueles professores que atuasse no curso com a temática sociambiental.

Percebe-se a partir da fala dos entrevistados que os benefícios em trabalhar as questões ambientais em sala de aula são inúmeros, sendo citadas principalmente a importância para o desenvolvimento profissional, sua atuação no mercado de trabalho e em estágios. Quanto às fragilidades visualizadas, é possível perceber nas respostas da entrevista como um todo que a teoria se apresenta dissociada da prática, ou seja, a teoria vem sendo trabalhada através de discussões em sala de aula, porém as ações práticas ainda são incipientes.

Observou-se a partir da fala dos dois professores entrevistados, que a temática ambiental vem sendo discutida em sala de aula. No entanto, a professora 1 revela que há uma certa dificuldade em sair da teoria e atuar nas práticas ambientais. Porém, os professores não veem como um desafio inserir as questões ambientais como objeto de discussão em sala de aula nem ao menos percebem dificuldade em aceitação por parte dos alunos.

AGUIAR, Adriana Ferreira Santos de. A Interdisciplinaridade Da Educação Ambiental Na Prática Escolar. 2012. 24 f. TCC (Graduação) - Curso de Licenciatura em Biologia, Universidade de Brasília, Brasília, 2012. BRASIL. Lei nº 9795, de 27 de abril de 1999. Dispõe Sobre A Educação Ambiental, Institui A Política Nacional de Educação Ambiental e Dá Outras Providências. Brasília, 1999. COSTA, Francisco José da et al. Valores pessoais e gestão socioambiental: um estudo com estudantes de administração. Ram: Rev. Adm. Mackenzie, São Paulo, v. 14, n. 3, p.183-208, maio/jun. 2013.