Resumo

Ao longo dos últimos anos está cada vez mais clara a necessidade de mudança nas configurações dos negócios, uma vez que a gestão tem sido desafiada a ir além de estruturas convencionais e alcançar uma visão macro voltada para questões como a sustentabilidade. Assim, transparência, avaliação de fornecedor e monitoramento, ou mesmo cooperação são alguns dos indicadores que dão suporte para entender a implementação da sustentabilidade em cadeias de suprimento.

Para o estudo de sustentabilidade em cadeias de suprimento, Beske e Seuring (2014) demonstram indicadores seguindo cinco categorias de análise, a saber: orientação, continuidade, colaboração, gestão de risco e pró-atividade. Tais categorias demonstram caminhos para o desenvolvimento de pesquisas empíricas. Desse modo, nesta pesquisa tem-se o objetivo de compreender como se relacionam os membros da cadeia produtiva do Caju voltados à sustentabilidade, seguindo o modelo de Beske e Seuring (2014).

Para Ahi e Searcy (2015), a aplicação dos princípios de sustentabilidade em cadeias de suprimento (SCS) é uma área de pesquisa em desenvolvimento sofrendo escassez de teorias estabelecidas, modelos e frameworks. A SCS tornou-se um tema que está ligado à suposição de que um desempenho mais sustentável dos negócios seria alcançado em sua implementação, esse desempenho deve ser alcançado com relação a todas as três dimensões da sustentabilidade. Assim,Beske e Seuring (2014) afirmam que existem cinco categorias ,são:Orientação, Continuidade, Colaboração, Gestão de Risco e Pró-atividade.

Foi realizada uma pesquisa qualitativa básica, por meio de entrevistas com diferentes camadas da cadeia de caju: (7) produtores; (4) atores não tradicionais; e (4) atores não tradicionais. A pesquisa foi realizada entre Janeiro e Junho de 2018 na microrregião de Cascavel - Ceará. Utilizou-se a análise de conteúdo como técnica para entender as categorias do modelo (orientação, continuidade, colaboração, gestão de risco e pró-atividade).

A cajucultura surge como uma das principais atividades agrárias no nordeste brasileiro,do total de 584.917 hectares existentes em 2016 (IBGE, 2018). De acordo com os resultados, foi possível verificar que o modelo de Beske e Seuring (2014) não pôde ser aplicado em sua completude no setor, principalmente porque questões de continuidade e de pró-atividade . A agroindústria e os produtores possuem relação clara com os atores não tradicionais, mas em sentido de dependência. Entende-se que a sustentabilidade na cadeia de suprimento do Caju ainda é pouco.

Percebe-se que os produtores estão menos propensos a aceitar mudanças relativas as sustentabilidade, a principal preocupação é com os custos de produção, enquanto o maior conhecimento da cultura, novas técnicas e inovações tecnológicas. Enquanto as agroindústrias buscam aperfeiçoamento tecnológico, tem maior controle de produção, lucros e prejuízos melhorando assim a gestão de riscos da agroindústria.Consegue-se observar que o objetivo de pesquisa foi atendido ao se identificar como se relacionam os membros da cadeia, mesmo tendo resultados que não demonstrem isso de forma organizada.

AHI, P.; SEARCY, C. An analysis of metrics used to measure performance in green and sustainable supply chains. Journal of Cleaner Production, v. 86, p. 360–377, 2015. BESKE, P.; SEURING, S. Putting sustainability into supply chain management, Supply Chain Management: an international journal, 19 (3), p.322-331, 2014. Silva, M. E.; Fritz, M. M.; Nunes, B. Scanning insights on sustainability and supply chain management in Brazil. Journal of Operations and Supply Chain Management, 10(1), 33-54. 2017. SEURING, S.; MÜLLER, M. From a literature review to a conceptual framework for sustainable supply