Resumo

Título do Artigo

A BICICLETA COMPARTILHADA COMO INOVAÇÃO SOCIAL: compreensão do objeto em si
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Tema

Cidades sustentáveis e inteligentes/smart cities

Autores

Nome
1 - Ana Sara Leite Santos
Universidade Federal do Ceará - UFC - FEAAC Responsável pela submissão
2 - José Carlos Lázaro da Silva Filho
Universidade Federal do Ceará - UFC - Universidade Federal do Ceará

Reumo

Diversos setores vêm investindo em formas criativas de mobilidade urbana visando à redução do intenso tráfego de veículos e a promoção da utilização de transportes mais verdes, como meio para o desenvolvimento de cidades inteligentes que oferecem qualidade de vida aos cidadãos (MEOTTI; SILVA, 2016). Para Miñano e Santos (2015), a bicicleta é um veículo accessível que consegue despertar maior igualdade social na utilização do espaço público. Discussões sobre o uso das bicicletas compartilhadas são passíveis de estudos científicos que possibilitam a ampliação do tema perante a sociedade.
Desse modo, propõe-se neste estudo o seguinte problema de pesquisa: Como a bicicleta compartilhada é compreendida como uma inovação social? Tendo como objetivo: Analisar a bicicleta compartilhada como processo de inovação social sob a dimensão Forma, à luz das dimensões da inovação social de Cloutier (2003), Tardif e Harrisson (2005), e André e Abreu (2006). A bicicleta compartilhada como um ambiente de análise da inovação social se dá devido sua evolução e difusão promover mudanças nas práticas sociais (JAEGER-ERBEN; RÜCKERT-JOHN; SCHAFER, 2015).
Com a exposição de três diferentes frameworks contendo dimensões de análise da inovação social criados com a finalidade de verificar contextos em que a inovação social pode estar presente, realiza-se uma conexão entre as dimensões de análise da inovação social dos estudos de Cloutier (2003), Tardif e Harrisson (2005), e André e Abreu (2006). Agrupando as dimensões da inovação social, de cada pesquisador, de acordo com as semelhanças de características de cada variável, para esta pesquisa foi montado um quadro de análise interligando os estudos com novas definições.
Quanto à abordagem do problema esta pesquisa se configura como pesquisa qualitativa e quanto aos objetivos da investigação exploratório e descritivo (GIL, 2002). A estratégia de investigação adotada é o estudo de caso. E por fim, quanto aos métodos específicos para a coleta de dados, utiliza-se quatro técnicas: observação participante, observação direta, entrevistas semiestruturadas, e pesquisa documental, reforçando a ideia de Yin (2010) de que o estudo de caso deve envolver múltiplas fontes de evidências. O método de análise de dados utilizado é a análise de conteúdo.
A dimensão Forma foi analisada com seis variáveis. Nesta dimensão procurou-se entender o objeto em si da inovação social, a forma como suas ações e práticas são representativas como uma solução para o contexto da mobilidade urbana. Com a análise, obteve-se a prevalência de cinco variáveis (tangibilidade, novidade (caráter inovador), objetivo global/ ação social, modelo e economia), sendo que objetivo global e ação social possuíam características e dados semelhantes que permitiram a sua junção em uma só variável.
A bicicleta compartilhada como evolução do conceito da bicicleta trazendo o remodelamento do seu objetivo, embute a visão de ser um bem comum que possibilita a promoção de mudanças nas relações sociais existentes. Averiguá-la sob a ótica da inovação social possibilita visualizar como sistemas de bike share alteram o contexto urbano e social, especificamente na localidade em análise. Além de que este estudo permite ampliar o debate acerca do assunto e trazer contribuições teóricas-empíricas para o campo de pesquisa.
ANDRÉ, I.; ABREU A. Dimensões e espaços da inovação social. Finisterra, v. 51, n. 81, p. 121-141, 2006. CLOUTIER, J. Qu’est-cequel’innovationsociale? In: CRISES. Centre de Recherche Sur Les Innovations Sociales (Org.). Cahiers du CRISES. Québec, 2003. TARDIF, C.; HARRISSON, D. Complémentarité, convergence et transversalité: la conceptualisation de l‟innovation sociale au CRISES. In: CRISES. Centre de Recherche Sur Les Innovations Sociales (Org.). Cahiers du CRISES. Québec, 2005.