Resumo

Título do Artigo

PRÁTICAS DE SUSTENTABILIDADE DIVULGADAS POR EMPRESAS ENVOLVIDAS EM ESCÂNDALOS FINANCEIROS E A VARIAÇÃO NO PREÇO DAS AÇÕES O CASO DA JBS
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Tema

Reporte e comunicação da sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Jacinta dos Reis Mororo
Universidade Federal do Ceará - UFC - Responsável pela submissão
2 - Talyta Eduardo Oliveira
Universidade Federal do Ceará - UFC - Universidade Federal do Ceará
3 - Cláudia Buhamra Abreu Romero
Universidade Federal do Ceará - UFC - Universidade Federal do Ceará
4 - JOSÉ WELLITON SILVA DO NASCIMENTO
Universidade Federal do Ceará -
5 - Iveltyma Roosemalen Passos Ibiapina
Universidade Federal do Ceará - UFC - FEAAC

Reumo

As mudanças pelas quais passou o mercado nos últimos anos levaram as empresas a considerar a sustentabilidade como fator influenciador do comportamento de seus stakeholders. Para tanto, precisam divulgar seus esforços e prestar contas de seu desempenho nas áreas econômica, ambiental e social. Entretanto, há uma distorção entre o discurso e a prática. A empresa analisada foi a JBS que no primeiro semestre de 2017 esteve envolvida em dois escândalos financeiros por pagamento de propinas à funcionários públicos e políticos.
Este estudo tem parte dos seguintes questionamentos: Qual o impacto na variação do valor das ações, quando uma empresa, reconhecida por suas práticas sustentáveis, envolve-se em escândalos financeiros? Sendo assim, o objetivo geral da pesquisa é analisar as práticas divulgadas pela empresa envolvida em escândalos financeiros quanto à qualidade de seus produtos e seu posicionamento com relação à corrupção em seu relatório de sustentabilidade e a reação do mercado aos escândalos financeiros, medido pelo o valor das ações.
A mudança no conceito de sustentabilidade influencia diretamente o comportamento das empresas, uma vez que elas estão se deparando com problemas não somente econômicos, mas também sociais e ambientais. O conceito de sustentabilidade empresarial contempla uma gestão integrada cuja capacidade está voltada para o equilíbrio das relações entre as necessidades econômicas, ambientais e sociais, em longo prazo (DELAI; TAKAJASHI, 2008; ALBERS; GÜNTHER, 2010). Sendo assim, a sustentabilidade empresarial expande-se às estratégias mercadológicas (LYDENBERG, 2002).
A pesquisa classifica-se como qualitativa quanto à natureza. Quanto aos meios, este estudo é classificado como exploratório e realizou-se, para atingir tal intento, o método de estudo de caso. Os dados analisados foram obtidos nos Relatórios de Sustentabilidade de 2016 e no Manual de Conduta Ética de 2016, publicados no site da JBS. Foram confrontados o discurso com as notícias encontradas do grupo, tanto positivas como negativas e por fim analisou-se o comportamento do preço das ações. Em seguida foram elaborados quadros para acompanhar o comportamento dos ativos e avaliar os impactos.
O estudo mostrou que o mercado reage não somente à capacidade de geração de lucro das empresas, mas também à reputação que esta possui com a sociedade. No primeiro escândalo, que colocou em questão a confiabilidade e a qualidade dos produtos, a JBS se retratou publicamente focando seus esforços nos bons antecedentes que possuía e o preço das ações voltaram a subir. Entretanto, no segundo escândalo, onde os sócios, por meio de delação premiada, confirmaram envolvimento em esquemas de corrupção os efeitos foram mais danosos variando significativamente o preço dos ativos e reputação da mesma.
Portanto, observou-se que o investidor está atento a crescente conscientização por parte da sociedade e sobre os possíveis danos advindos da incoerência entre discurso e prática nas ações de sustentabilidade. Uma possível reflexão sobre esses resultados pode ser o fato de que o questionamento sobre a qualidade produto a empresa poderia justificar, se defender ou até mesmo se retratar, já com relação a práticas de corrupção, os esforços do setor mercadológico da empresa não conseguem desmistificar, influenciando diretamente na visão que os stakeholders possuem do grupo J&F.
ALBERS, C.; GÜNTHER, T. Disclose or not disclose: determinants of social reporting for STOXX Europe 600 firms. Zeitschrift für Planung & Unternehmenssteuerung, Online First™, 2010. ENGELMAN, R.; GUISSO, R. M.; FRACASSO, E. M. Ações de gestão ambiental nas instituições de ensino superior: o que tem sido feito. Revista de Gestão Social e Ambiental, v.3, n.1, p. 22-33, 2009. LYDENBERG, S. D. Envisioning Socially Responsible Investing: A Model for 2006, Journal of Corporate Citizenship, v. 7, p. 57-77, 2002.