Resumo

À Gestão Pública cabe uma fundamental função: a ordem e o progresso de uma sociedade. À Academia, o desenvolvimento e a difusão de conhecimento. E ao setor privado, aplicação de tal conhecimento e a geração de renda. Organizações essas que, a partir do uso de parcerias e projetos em conjunto em vista do fomento à inovação, podem implicar em importantes transformações em sua região, de modo inclusivo, a aumentar a qualidade do capital intelectual existente e, logo, a própria qualidade de vida de seus habitantes; de tal abordagem a visar o desenvolvimento sustentável.

Com a emergência de inovações propiciadas em dada conjuntura, os cidadãos começam a se apropriar dos espaços urbanos, o que fragmenta a visão da coisa pública como algo do outro. Nesse rumo, começa o processo de repensar a esse espaço, a fim de que as cidades se tornem mais inteligentes. Mediante isso, este estudo objetivou identificar o desenvolvimento científico de estudos sobre cidades inteligentes brasileiras.

Estão em voga, questões de caracterização e inter-relação entre dimensões sociais, ambientais e econômicas (JACOBI, 2003). De tal modo, Amaral Filho (1996) afirma que a expressão “desenvolvimento” tem relacionado variáveis como: o uso da competitividade de forma eficiente, a equidade social e a diminuição dos impactos ambientais; a resultar em cidadãos mais inteligentes.

Estudo qualitativo e de abordagem exploratório-descritiva, deu-se por análise documental e revisão sistemática da literatura. A plataforma de busca de artigos foi a Scopus, com os termos "smart cit*" AND "Brazil". A revisão sistemática deu-se conforme Hoppen, Lapointe e Moreau (1996); Hoppen e Meirelles (2005); Sampaio e Perin (2006).

Como resultados, o estudo apresentou que mais da metade dos autores têm afiliação em universidades brasileiras e que o número de estudos ainda é reduzido, dado o destaque do assunto. Porém, apenas um dos estudos, sendo o primeiro de 2011, é nacional. Nos últimos dois anos foram publicados mais da metade dos artigos encontradas, estando em journals de relevantes fatores de impacto.

O estudo demonstra que a temática está em tendência e em crescimento. Para tal, infere-se que as cidades brasileiras estão sendo analisadas na perspectiva de políticas e processos mais inteligentes, a evoluir para o que seria um modelo nacional de cidade inteligente, a fim de melhorar os índices de qualidade de vida e redução de desigualdades sociais.

ELKINGTON, J. Canibais com garfo e faca. Trad. Patrícia Martins Ramalho. São Paulo: Makron Books, 2001. ONU, Organização das Nações Unidas. Ecossistemas e o bem-estar humano: estrutura para uma avaliação. Washington: World Resources Institute, 2003. HOPPEN, N.; MEIRELLES, F.S. Sistemas de Informação: um panorama da pesquisa científica entre 1990 e 2003. Revista de Administração de Empresas (RAE), v.45, n.1, p. 24-35, jan./mar. 2005.