1 - Luis Eduardo Brandão Paiva Universidade Federal do Ceará - UFC -
2 - EVANGELINA DA SILVA SOUSA Universidade Federal do Ceará - UFC -
Responsável pela submissão
3 - Lucineide Alves da Silva Prefeitura Municipal de Fortaleza- PMF e Universidade Federal do Ceará- UFC - Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade- FEAAC/UFC
Reumo
O empreendedorismo tem sido objeto de discussões acadêmicas devido ao diálogo interdisciplinar, em construção, com complexidades referentes à temática que possibilitam a exploração de abordagens alternativas alinhadas ao empreendedorismo, a exemplo das crenças religiosas (ZELEKHA; AVNIMELECH; SHARABI, 2014).
A discussão teórico-empírica em relação a pesquisas que alinham a religião e o empreendedorismo considera que o nível de empreendedorismo difere entre as religiões, e que as crenças religiosas influenciam a busca do indivíduo para o empreendedorismo (HENLEY, 2016).
Diante da relevância da Teoria do Comportamento Planejado, proposta por Ajzen (1991), e das crenças religiosas (RIETVELD; VAN BURG, 2014), que podem contribuir para a formação da intenção empreendedora, surge o seguinte questionamento: Como as crenças religiosas e as dimensões da Teoria do Comportamento Planejado podem influenciar na intenção empreendedora? Este estudo tem como objetivo, portanto, analisar a influência das crenças religiosas e das dimensões da Teoria do Comportamento Planejado na intenção empreendedora.
A Teoria do Comportamento Planejado é um modelo que procura explicar a intenção empreendedora do indivíduo sob a ótica da psicologia comportamental, e considera que a ação humana é orientada por crenças que representam a realidade, refletindo na informação que o indivíduo detém em relação a um comportamento específico (AJZEN, 1991).
As crenças e os valores podem ser delineados pela religião, inclusive ao comportamento econômico e à tomada de decisão dos empreendedores, visto que estudos apresentam a existência do vínculo entre a religião e o desenvolvimento econômico (JOHNMARK et al., 2016).
Foi realizada pesquisa descritiva, de natureza quantitativa, utilizando-se dados transversais, com o método survey para a coleta dos dados. Com base em uma amostra de 448 estudantes universitários de programas de graduação, do curso de Administração de duas Universidades do Nordeste, utilizou-se: análise fatorial exploratória, estatística inferencial e regressão logística.
Os resultados evidenciaram que os estudantes mais propensos a terem intenção empreendedora são aqueles influenciados por crenças religiosas e atitudes favoráveis ao empreendedorismo. As variáveis: idade, semestre inicial e familiares empreendedores também influenciaram na intenção empreendedora dos estudantes universitários.
Fomenta-se a literatura empírica e conceitual para o campo dos estudos relacionados ao empreendedorismo e à religião, de modo a fornecer um modelo que envolva a Teoria do Comportamento Planejado e as crenças religiosas para predizer a intenção empreendedora de estudantes universitários.
AJZEN, I. The theory of planned behavior. Organizational behavior and human decision processes, v. 50, n. 2, p. 179-211, 1991.
JOHNMARK, D. R.; SOEMUNTI, T. W.; LAURA, O.; MUNENE, J. C.;
BALUNYWA, W. Disabled students’ entrepreneurial action: the role of religious beliefs. Cogent Business & Management, v. 3, n. 1, p. 1-13, 2016.
RIETVELD, C. A.; VAN BURG, E. Religious beliefs and entrepreneurship among dutch protestants. International Journal of Entrepreneurship and Small Business, v. 23, n. 3, p. 279-295, 2014.