Resumo

Título do Artigo

PNRS & RESÍDUOS FÁRMACOS: DESAFIOS DO DESCARTE INADEQUADO DE MEDICAMENTOS DE USO DOMÉSTICO
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Tema

Sustentabilidade e políticas públicas para a sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Aline Rodrigues da Fonseca
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUC Minas - PUC Minas
2 - Armindo dos Santos de Sousa Teodósio
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Responsável pela submissão
3 - RITA DE CASTRO ENGLER
Ecole Centrale Paris -

Reumo

Os medicamentos de uso doméstico quando descartados inadequadamente podem trazer vários danos ao ecossistema. Estudos indicam que parcela relevante dos medicamentos comprados pelas pessoas são lançados na rede de esgoto ou no lixo convencional. Este estudo discute a importância de se pensar o projeto (design) dos produtos fármacos de uso doméstico com uma intencionalidade circular, já na fase de concepção, ou seja, programando-se o medicamento e suas embalagens para o chamado descarte sustentável, de modo que retornem ao ciclo produtivo. Trata-se de um artigo de natureza teórica que compreende
este estudo faz uma revisão da literatura em nas áreas da gestão, do design e da gestão de resíduos fármacos de uso doméstico, discutindo as possibilidades e desafios de avanços em diferentes dimensões do ciclo de vida dos medicamentos de forma a avançar na produção, no consumo e no descarte em modos mais sustentáveis. Percebe-se uma importante lacuna de literatura sobre o tema, seja no âmbito nacional, seja internacionalmente. O presente escrito, de natureza teórica, se propõe a contribuir para que sejam pensadas novas investigações de natureza empírica a partir desse objetivo de pesquisa.
Segundo Bila e Dezotti (2003), pesquisas realizadas em vários países identificaram a presença de fármacos no meio ambiente. Hirsch et al., (1999), em estudo realizado na Alemanha, afirmam ter encontrado uma grande variedade de resíduos fármacos nos efluentes da estação de tratamento de esgoto e nas águas superficiais. Kummerer (2001) ressalta que os medicamentos são excretados pelos pacientes em águas residuais, e, por muitas vezes, medicamentos não utilizados são descartados em drenos. são poucos os países que apresentam programas estruturados nesse descarte Falqueto (2013).
Este estudo faz uma revisão da literatura em nas áreas da gestão, do design e da gestão de resíduos fármacos de uso doméstico, discutindo as possibilidades e desafios de avanços em diferentes dimensões do ciclo de vida dos medicamentos de forma a avançar na produção, no consumo e no descarte em modos mais sustentáveis.
Trata-se de uma agenda de modernização da gestão de resíduos médicos de uso domiciliar que exige intervenção no curto-prazo, mas cujos resultados mais significativos só serão alcançados no longo-prazo, não apenas pela questão da invisibilidade e insensibilidade dos professionais de saúde, do Design, da gestão corporativa e da gestão pública sobre o tema, mas também porque exigirá a mudança de posturas e práticas ligadas ao consumo em sociedades que, infelizmente, caminham para o aumento do uso de medicação e pouca atenção à práticas cotidianas no interior das famílias ou da vida privada.
Para além dos problemas que envolvem a responsabilidade do consumidor no descarte dos medicamentos, é preciso pensar a questão desde a concepção do projeto (Design), de modo que se reduza a formação de resíduos já nesta etapa, e planejando-os de modo que, estes possam retornar ao ciclo produtivo ou para incineração de maneira adequada e sustentável, sem comprometer o ecossistema.
ALVARENGA, L. S. V; NICOLETTI, M. A. Descarte doméstico de medicamentos e algumas considerações sobre o impacto ambiental decorrente. Revista Saúde, Garulhos, v. 4, n.4, p. 34-39, 2010. BILA, D. M,; DEZOTTI, M. Fármacos no meio ambiente. Revista Química Nova, Rio de Janeito, v. 26, n.4, p. 523-530, 2003. FALQUETO E.; KLIGERMAN, C. Diretrizes para um Programa de Recolhimento de Medicamentos Vencidos no Brasil. Revista Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 18, n. 3, p. 883-892, 2013. HIRSCH; R.; TERNESA, T.; HARBERA, K.; KRATZB, K. Occurrence of antibiotics in the aquatic environment