Resumo

Título do Artigo

ALTERNATIVAS PARA REESTRUTURAÇÃO E CONTROLE DA MOVIMENTAÇÃO DE DUNAS NA COMUNIDADE DE PERNAMBUQUINHO EM GROSSOS-RN
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Tema

Cidades sustentáveis e inteligentes/smart cities

Autores

Nome
1 - ALAN MARTINS DE OLIVEIRA
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO - UFERSA - Responsável pela submissão
2 - Andreza Maria de Oliveira
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO - UFERSA -
3 - John Eloi Bezerra
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO - UFERSA -
4 - JACQUELINE CUNHA DE VASCONCELOS MARTINS
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO - UFERSA -

Reumo

A força intensa do vento, característica de áreas litorâneas, tende a transportar sedimentos em locais que não impõem obstáculos, propiciando o movimento das areias. A ação descrita origina as denominadas dunas eólicas transgressivas que migram para o interior da costa, recobrindo ou modificando outros terrenos. O fenômeno natural ocorre na Praia de Pernambuquinho no município de Grossos-RN. Com efeito, o desmatamento e a ocupação de áreas naturais com edificações alteram a ação dos ventos, tendo impacto na formação e movimentação das dunas.
A zona costeira potiguar sofre por ações antrópicas, tais como a especulação imobiliária e a exploração turística sem planejamento quanto à preservação ambiental. Estas áreas abrigam uma gama de ecossistemas de alta relevância ambiental, cuja diversidade é marcada pela transição entre os ambientes terrestres e marinhos, com interações que lhe conferem um caráter de fragilidade. Esse trabalho teve como objetivo, diagnosticar e fazer proposições preliminares de ações de reestruturação do ambiente e controle do movimento das dunas na Praia de Pernambuquinho, Grossos/RN.
O plantio de vegetação para estabilização é um processo lento e requer conhecimento técnico sobre as questões ambientais, por exemplo, levar em conta a época ideal para plantio de cada espécie. Além disso, plantas devem ser de fácil propagação, colheita, armazenamento e transplante, com elevada taxa de sobrevivência. Com efeito, espécies nativas devem ser priorizadas (NORDSTROM, 2010). Outra possibilidade é o uso de biomantas. Existem relatos desse uso, inclusive em trabalhos científicos desenvolvidos no Rio Grande do Norte (SILVA, 2018; MEDEIROS et al., 2017 e BEZERRA et al., 2016).
O universo da pesquisa é a Praia de Pernambuquinho, em Grossos/RN. A pesquisa tem caráter qualitativo, buscando um contato prévio com a problemática local, Auxiliada por uma revisão bibliográfica, onde foi possível identificar propostas de solução. O projeto possui ainda uma segunda etapa, com simulações laboratoriais, cujos dados ainda não são conclusivos, motivo pelo qual não constam neste artigo, por meio de ensaios que visam recriar o ambiente das dunas, em escala reduzida, tanto para medição do fenômeno, como para análise do efeito de geossintéticos e vegetação no controle do impacto.
A modificação das áreas naturais pela ação humana provoca alterações no ambiente, a exemplo das áreas erodidas em vários pontos ao longo da costa, pela mudança no trânsito natural da areia. Quanto às ações mitigadoras, depende do tipo, do tamanho e da localização das dunas. Assim, é necessária a realização de estudos ambientais e o monitoramento dos diferentes parâmetros envolvidos no fenômeno, como a dinâmica dos ventos, alterações na movimentação e no abastecimento de sedimentos, variações de perfil da praia, como condicionantes para um adequado manejo costeiro.
Foi verificado que o desmatamento da vegetação nativa de forma predatória para fins de especulação imobiliária tem intensificado o fenômeno. Assim, algumas medidas mitigadoras são propostas como: replantio da vegetação nativa; fixação e manejo associadas a biomantas; zoneamento de Áreas de Preservação Permanente; políticas e estratégias para regularização; e sensibilização da população por meio de programas de educação ambiental. Tais ações podem ser desenvolvidas em um plano de recuperação de áreas degradadas.
BEZERRA, E.A.et al. Estudo sobre a utilização de geossintéticos na preservação e restauração das dunas na praia de Jenipabu, Rio Grande do Norte. In: XVIII CBMSEG, 2016. MEDEIROS, M.A. et al. Controle de Erosão Basal em Falésias do Litoral Sul do Rio Grande do Norte utilizando Geossintéticos. In: XII COBRAE, 2017. MEIRELES, A. J.A. Danos socioambientais originados pelas usinas eólicas nos campos de dunas do Nordeste brasileiro e critérios para definição de alternativas locacionais. Confins. n. 11, 2011. NORDSTROM, K.F. Recuperação de praias e dunas. São Paulo: Oficina de Textos, 2010.