Resumo

Título do Artigo

Assentamento Municipal de Marapicu: reflexões sobre Territorialidade e Hiperperiferia
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Tema

Sustentabilidade e políticas públicas para a sustentabilidade

Autores

Nome
1 - TAÍS CÔGO FERREIRA
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - Responsável pela submissão

Reumo

O Assentamento de Marapicu apresenta desde a sua ocupação conflitos que impactam negativamente o território ameaçando a sua existência. A violência e as políticas regionais que favorecem a construção de condomínios residenciais exemplificam alguns dos conflitos existentes na área rural. Há também a dificuldade em se determinar o que seria rural e urbano, uma vez que o território faz parte de uma zona urbana e periférica de Nova Iguaçu. Essa problemática traz consequências quanto para a gestão local quanto para aplicação de políticas públicas.
Objetiva-se nesse artigo analisar a atuação da Associação dos Camponeses de Marapicu como organização local que reivindica políticas públicas num contexto de invisibilidade do território.
O processo de invisibilidade da área rural se dá pelo ausência de políticas públicas no território como também pelo sufocamento da massa urbana. Para tanto, o conceito de hiperperiferia de Torres e Marques (2001) será abordado para explicar a relação do assentamento com a cidade de Nova Iguaçu. E os conceitos de territorialidade e cosmografia de Little (2002) serão analisados a fim de compreender os desafios da Associação dos Camponeses de Marapicu na gestão local do território.
A metodologia utilizada neste trabalho consiste em referenciais teóricos e imersão social, com visitas ao assentamento e realização de entrevistas com alguns assentados de Marapicu.
Marapicu têm distintas utilizações para seus distintos atores. A produção de fitoterápicos pelas mulheres no espaço da associação é um instrumento de resistência frente à violência. Essa relação que pode ser entendida a partir do conceito de cosmografia, ou seja, saberes coletivamente criados e historicamente situados que um grupo social utiliza para estabelecer e manter seu território. (LITLLE, 2002) O assentamento está numa região periférica e, dialogando com o conceito de hiperperiferia de Torres e Marques (2001), o estudo aponta que existe uma periferia dentro da periferia de Nova Iguaçu.
O assentamento apresenta limitações quanto a sua continuidade como área rural devido o processo de expansão urbana, colocando-o como hiperperifeira da cidade. Dessa forma, a associação, gestora local, tonar-se importante para romper com o processo de invisibilidade. A cosmografia desse grupo faz-se entender a resistência dos atores resultando na continuidade do território, uma luta por reconhecimento. Além disso, faz-se urgente um olhar para este território, principalmente das comunidades acadêmicas, a fim de entender o processo de esvaziamento de significados que o mesmo tem vivenciado.
6. Referências Bibliográficas LITTLE, P. Territórios sociais e povos tradicionais no Brasil: por uma antropologia da territorialidade. Anuário Antropológico/2002-2003. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2004: 251-290. TORRES, H. e MARQUES, E. “Reflexões sobre a hiperferiferia: novas e velhas faces da pobreza no entorno metropolitano”. In: Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, n° 4, maio de 2001.