Resumo

Diante da necessidade de conter impactos negativos ao meio ambiente, surge em 2010 à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que através da logística reversa atribui à responsabilidade compartilhada para todos os participantes da cadeia produtiva pelo ciclo de vida dos produtos. Entretanto, nota-se várias deficiências no que tange à aplicabilidade da logística reversa no Brasil.

O presente artigo busca responder a seguinte questão: quais os entraves que as entrevistadas atuantes no ramo da logística reversa de resíduos eletrônicos podem encontrar para se manterem no mercado nacional? O objetivo desta pesquisa foi analisar os principais entraves em duas empresas atuantes no setor de logística reversa de resíduos sólidos eletrônicos, apontando os principais desafios, descrevendo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e avaliando o cenário atual da logística reversa no Brasil a partir da perspectiva de duas instituições deste seguimento, entre 2014 e 2017.

A PNRS incorpora a logística reversa como um instrumento que tem a função de otimizar a integração do fluxo reverso entre os participantes da cadeia de suprimentos. A logística reversa por sua vez envolve o retorno do produto do ponto de venda, de distribuição ou/e de consumo ao centro produtivo por motivos de avarias na embalagem, troca de componentes, defeitos ou outros. A maior dificuldade que se encontra, e talvez esteja aí a maior diferença entre ela e o fluxo direto, é o fato de se ter pouca informação sobre a quantidade de produtos retornados.

Para realização deste estudo foram utilizadas fontes bibliográficas, dados de agências atuantes no setor, além de estudo de caso realizado em duas empresas atuantes no setor de logística reversa.

Embora no relato das empresas à PNRS tenha apresentado aspectos favoráveis favorecendo este setor, através de ações como incentivos fiscais, financeiros, creditícios e o principal o estabelecimento da logística reversa como instrumento para viabilizar a destinação correta dos resíduos sólidos. Na pratica a lei está caminhando lentamente, pois como pode ser visto através de dados levantados no referencial do estudo, o percentual de produtos reciclados é extremamente baixo.

Identifica-se a necessidade de um sistema integrado específico a nível nacional que divulgue informações precisas viabilizando a mensuração, o monitoramento, o controle e a avaliação dos resultados dos fluxos reversos para a definição de processos eficientes, tendo a logística reversa como um modelo sustentável de desenvolvimento, fica ilógico continuar com o atual modelo de crescimento.

AGÊNCIA BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL. Logística reversa de equipamentos eletroeletrônicos: análise de viabilidade técnica e econômica. Disponível em: . Acesso em: 2 abr. 2018. BRAGA, F.T. H. et al. Logística reversa e sustentabilidade. 1ª ed. São Paulo, SP: Cengage Learning, 2014. LEITE, P. R. Desafios da logística reversa de pós-consumo no Brasil, 2013 Disponível em: < http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/1943>. Acesso em: 4 abr. 2018.