Resumo

Trata-se de uma pesquisa realizada com extrativistas da Amazônia, residentes na reserva Rio Ouro Preto em RO. A pesquisa levantou a realidade vivida dos extrativistas, as quais são analisadas com a legislação e os demais preceitos normativos e bibliográficos, tendo como base os pressupostos da sustentabilidade, crescimento e desenvolvimento. Para alguns dos principais autores a economia o extrativismo sucumbiu. De fato, se pensarmos sobre esse prima, sim, mas, há correntes que vem o extrativismo como proposta social, que visa atender as demandas dos extrativistas residentes nas reservas.

Analisar as atuais formas de desenvolvimento, sustentabilidade e crescimento nas reservas extrativistas da Amazônia. Com isso, ampliar uma discussão sobre um assunto, que por ora está adormecido da sociedade. Desta forma, neste artigo apresentamos uma reflexão acerca da práxis atual em contraposição àquilo que preconiza a legislação, a bibliografia e os demais preceitos normativos e condicionantes do sistema estrutural de funcionamento das reservas extrativistas e suas relações com o desenvolvimento, crescimento e sustentabilidade.

Para a fundamentação teórica foram utilizados os pressupostos relativos a sustentabilidade, crescimento e desenvolvimento pelos seguintes autores: Ignacy Sachs, Florence Lescure, Laure Emperaire, Alfredo Homma, Mary Allegretti, Bertha Becker, Cristovam Buarque, dentre outros não menos importantes.

Trata-se de uma pesquisa qualitativa que envolveu um pequeno número de extrativistas, que voluntariamente aceitaram o convite para exporem alguns dos principais problemas que vinham passando nas suas comunidades. Fez-se uso da entrevista não estruturada. Além da entrevista, foi utilizada observação com participação ativa.Para as análises dos dados coletados optou-se realizar uma análise geral das exposições realizadas pelos pesquisados. Definiu-se algumas palavras mais comuns retratadas por eles a partir do roteiro das entrevistas. Foi transcritos algumas das falas dos extrativistas.

Para um dos entrevistados (Ext4) “[...] se não ocorrer um manejo aqui na reserva em Ouro Preto nós não sabe pra onde vamos”. E essa é a verdadeira perspectiva encontrada na maioria das RE brasileiras. A Ext1, diz que:“[...] quando os menino crescem um pouco mais e carece de estudo maior, a gente todo se muda para a cidade de Guajará, a vezes a gente consegue trabalho e fica por lá, as vezes deixamo o filho com algum parente e voltemos pra cá, eles ficam lá e depois voltam, tem menino aqui na reserva que ainda nem sabe lê porque tem gente que não leva eles pra cidade”.

O estudo tem como conclusão que não há em efetivo desenvolvimento, crescimento e sustentabilidade nas reservas extrativistas da Amazônia. A conclusão se fundamenta a partir das coletas das entrevistas, e das observações de campo, confrontando-os com aquilo preconizado nos referenciais e na legislação. A população extrativista está em vias de aniquilamento total, face a um pensamento pautado em preceitos econômicos de retorno dos capitais. Nossa proposta é considerar novas perspectivas a partir do agroextrativismo como prática para o desenvolvimento, crescimento e sustentabilidade.

ALLEGRETTI, Mary. A construção social de políticas públicas. Chico Mendes e o movimento dos seringueiros. Revista Desenvolvimento e Meio Ambiente, n.18, p.39-59, jul/dez.2008 ALLEGRETTI, Mary. Reservas Extrativistas: Parâmetros para uma Política de Desenvolvimento Sustentável na Amazônia. In ANDERSON, Anthony, et all. O destino da Floresta: Reservas extrativistas e desenvolvimento sustentável na Amazônia. Relume/Dumará, Rio de Janeiro: 1994. BECKER, Bertha. Dilemas e Desafios do Desenvolvimento Sustentável no Brasil. In NASCIMENTO, Elimar Pinheiro. VIANNA, João Nildo. (orgs) Garamond/Universi