Resumo

Título do Artigo

TENDÊNCIAS DE MUDANÇA DE COMPORTAMENTO DE MOBILIDADE URBANA POR RENDA FAMILIAR NA CIDADE DE SÃO PAULO
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Tema

Cidades Sustentáveis e Inteligentes / Smart Cities

Autores

Nome
1 - Matheus Goldoni de Souza
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA/USP) - FEA Responsável pela submissão

Reumo

Em São Paulo, o intenso crescimento populacional e a valorização do o transporte individual (TI) criou uma grande dependência em relação a esse modal (Haddad et al., 2015). Através da expansão de faixas e corredores de ônibus, ciclofaixas e a chegada de transportes compartilhados, a sua mobilidade urbana está ficando mais integrada e acessível, pelo menos para uma parte da população. Segundo dados do metrô, pessoas de maior renda estão aumentando o uso de transporte público (TP) enquanto pessoas de menor renda estão aumentando o uso de TI, contradizendo os padrões históricos da cidade.
Para Barton & Gibbons (2016), sistemas de TP devem promover a inclusão social. Todavia, dados da Pesquisa de Mobilidade 2017 apontam para um aumento no uso de TP por pessoas de maior renda e redução por pessoas de baixa renda. Este estudo busca responder às seguintes perguntas: O que leva a mudança de meio de deslocamento no município de São Paulo nas diferentes faixas de renda familiar? E quais os motivos que atraem as pessoas para cada tipo de modal? O objetivo é analisar quais os motivos que levam as pessoas a migrarem de TI para TP e vice e versa considerando a renda familiar.
A integração entre os transportes aumenta a atratividade dos meios de transporte e pode atrair usuários de TI insatisfeitos com seus deslocamentos (Vande Walle & Steenberghen, 2006). Contribuindo para o processo de mudança, a ressignificação do conceito de status social (Sandes et al., 2019) pode estimular a disposição ou aquisição de bens em busca de uma nova identidade pessoal (Catherine, 2001), como o carro.
Foi realizada uma pesquisa exploratória qualitativa. 44 pessoas foram entrevistadas começarando com perguntas que buscaram entender qual o meio de transporte que prevalece nos deslocamentos do entrevistado, adaptando as entrevistas conforme necessário. Em um segundo momento, foi questionado “Caso fosse possível, você teria interesse em trocar o carro (ou moto) por meios de transporte público?”, para usuários predominantemente de TI, e “Caso fosse possível, você teria interesse em trocar o transporte público por carro ou moto?”, para usuários predominantemente de TP.
“Hoje nós temos diversas opções para todos os gostos e bolsos. O carro é uma opção individualista e cara.” afirma Nicolas, entrevistado de alta renda e que mora em uma distância próxima de seu trabalho ao mesmo tempo que possui boas opções de transporte alternativo. Já para Pedro, homem de baixa renda, a aquisição de um TI foi um motivo de bastante alegria: “Fizemos uma festa grande. Como eu disse: foi meu sonho desde pequeno.” Com isso, foi possível separar os 44 entrevistados em alguns grupos, encontrando usuários de baixa renda interessado em TI e usuários de alta renda interessados em TP.
Entrevistados de alta e baixa renda mostraram insatisfação com os meios de locomoção em São Paulo. Analisando as respostas das pessoas, foi possível observar que muitas usavam argumentos parecidos para justificar seus desejos de mudança de modal: busca por satisfação e status social, busca por liberdade, redução de estresse e maior qualidade de vida. Apesar disso, as mudanças nos dois grupos estudados foram, no geral, em sentidos opostos. Enquanto o de alta renda usou essas justificativas para adotar meios alternativos ao TI as pessoas de baixa renda justificaram aumentando o uso de TI.
Entrevistados de alta e baixa renda mostraram insatisfação com os meios de locomoção em São Paulo. Analisando as respostas das pessoas, foi possível observar que muitas usavam argumentos parecidos para justificar seus desejos de mudança de modal: busca por satisfação e status social, busca por liberdade, redução de estresse e maior qualidade de vida. Apesar disso, as mudanças nos dois grupos estudados foram, no geral, em sentidos opostos. Enquanto o de alta renda usou essas justificativas para adotar meios alternativos ao TI as pessoas de baixa renda justificaram aumentando o uso de TI.