Resumo

Título do Artigo

PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR: ABORDAGEM SOBRE AS DIFICULDADES DE IMPLEMENTAÇÃO NA UNIDADE ACADÊMICA DE GARANHUNS DA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
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Tema

Gestão ambiental

Autores

Nome
1 - Carol Soares Bezerra de Sá Peixoto
Universidade Federal Rural de Pernambuco - Sede/Recife
2 - Rodolfo Araújo de Moraes Filho
Universidade Federal Rural de Pernambuco -
3 - Maria Jaqueline da Silva Mandú
Universidade Federal Rural de Pernambuco - Unidade Acadêmica de Serra Talhada Responsável pela submissão
4 - Agleilson Souto Batista
Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE
5 - José de Lima Albuquerque
Universidade Federal Rural de Pernambuco - Departamento de Administração

Reumo

Muitas instituições vêm se preocupando em atingir metas e demonstrar maior cuidado com as questões ambientais, no intuito de satisfazer as demandas da sociedade, além de atender às legislações às quais estão sujeitas (HAYASHI; SILVA, 2015). Essas organizações sentiram-se pressionadas em contribuir com a preservação ambiental, devido à preocupação com os limites do planeta, ocasionando o estabelecimento de novas formas de gestão (ASSUNÇÃO, 2016). O poder público brasileiro tem desenvolvido meios para orientar os gestores públicos na implantação de ações sustentáveis em suas rotinas, como a A3P.
É necessário que se tenha conhecimento sobre as dificuldades enfrentadas pelas instituições na adoção de ações sustentáveis, para que assim, implantem-se medidas que possam transpor esses obstáculos. O presente estudo visa investigar quais são as principais dificuldades enfrentadas por atores públicos na adoção de práticas sustentáveis em suas rotinas administrativas, utilizando como instituição foco de estudo a Unidade Acadêmica de Garanhuns, da Universidade Federal Rural de Pernambuco, localizada no agreste pernambucano.
A A3P foi criada em 1999 pelo MMA, pela necessidade de inserir os entes públicos no contexto da gestão ambiental, atendendo aos princípios da eficiência e do equilíbrio do meio ambiente, estabelecidos na CF de 1988 (BRASIL, 2017). As IES podem influenciar a sociedade na promoção da sustentabilidade por meio de 4 níveis de intervenção: educação dos tomadores de decisão para um futuro sustentável; investigação de soluções que sirvam para uma sociedade sustentável; operação dos campi como exemplos práticos de sustentabilidade; e comunicação entre os níveis anteriores e a sociedade (FOUTO, 2002).
A presente pesquisa caracteriza-se como um estudo de caso de cunho descritivo e natureza qualitativa. Escolheu-se como unidade foco de análise para o estudo a Unidade Acadêmica de Garanhuns (UAG) da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas semiestruturadas com 12 servidores, advindos de setores estratégicos da UAG, no período de 19/10/2018 a 03/12/2018. Para a análise dos dados, utilizou-se a técnica de análise de conteúdo, prescrita por Bardin (2016).
As duas dificuldades de natureza administrativa mais apontadas pelos entrevistados, para a implantação de práticas sustentáveis no ambiente laboral, foram a falta de conhecimento sobre essas ações e a inexistência de treinamentos que ajudassem esses indivíduos a contribuir com a sustentabilidade nos setores de trabalho. No que compete às dificuldades de natureza orçamentária, um dos obstáculos observados foi a falta de incentivo financeiro do governo. Quanto às dificuldades de natureza cultural, não foram constatados obstáculos relacionados ao sistema burocrático e à rígida hierarquia.
Conclui-se que as principais dificuldades para inserção de práticas sustentáveis na UAG são de natureza administrativa, orçamentária e cultural, sendo mais críticas a escassez de políticas institucionais efetivas voltadas à sustentabilidade e a falta de conhecimento/treinamento dos atores envolvidos em relação à temática. Infere-se ser imprescindível a criação de mecanismos de sensibilização/capacitação sobre o referido tema. Além disso, é urgente a implantação de uma política global que vise à sustentabilidade das rotinas administrativas, para que se passe do nível teórico à prática efetiva.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2016. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Gestão socioambiental nas universidades públicas. Brasília: MMA, 2017. FOUTO, A. R. F. O papel das universidades rumo ao desenvolvimento sustentável: das relações internacionais às práticas locais. 2002. Dissertação (Mestrado em Gestão e Políticas Ambientais Relações Internacionais do Ambiente) - Universidade Nova de Lisboa, 2002. HAYASHI, C.; SILVA, L. H. A. A gestão ambiental e sustentabilidade no Brasil. XI Fórum Ambiental da Alta Paulista, Alta Paulista, v. 11, n. 7, p. 37-51, 2015.