Resumo

Título do Artigo

Rumo ao consumo sustentável pela ação estratégica da educação: Um estudo sobre a relação entre a frequência de ida a áreas verdes e percepção de consumo
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Tema

Marketing e sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Leonardo Ferraz
Universidade Federal de São Paulo - Universidade Federal de São Paulo Responsável pela submissão
2 - Liége Mariel Petroni
Universidade Federal de São Paulo - Universidade Federal de São Paulo
3 - EMERSON GOMES DOS SANTOS
Universidade Federal de São Paulo - Universidade Federal de São Paulo

Reumo

A noção de que o consumo e produção são os fatores que mais causam degradação do meio ambiente é bem aceita e amplamente discutida, sendo fundamental estudar o consumo. O consumo sustentável foi proposto para melhoria da qualidade de vida e redução do impacto ambiental. Literatura sugere que áreas verdes podem ser consideradas fatores de influência no comportamento dos indivíduos e estas poderiam oferecer respostas para a melhoria da relação entre homem e natureza rumo a um consumo sustentável.
Para encaminhar a problemática do comportamento insustentável esse estudo tem como objetivo verificar a existência de relação entre a frequência de ida a áreas verdes e a percepção sobre consumo sustentável em um público de um parque.
A sociedade de consumo reflete a excessiva importância aos bens materiais (GUERRA, 2011). O consumo sustentável sugere minimizar a degradação do meio ambiente (NORWEGIAN MINISTRY OF THE ENVIRONMENT, 1994). Uma forma de fomentar esta prática se encontra no uso das áreas verdes para educação ambiental, que podem influenciar externa e internamente o comportamento (FERMINO et al., 2012; LIMA, 2006). Apesar do crescimento da relevância do tema em foros internacionais, no meio acadêmico e na mídia, esse conceito precisa ser aprofundado, discutido e disseminado (AKATU, 2018).
Para alcançar os objetivos do estudo foi realizada uma survey para coleta dos dados, foi utilizada a Teoria de Resposta ao Item não paramétrica para definir as dimensões para consumo sustentável (Engajamento socioambiental, Reciclagem, Planejamento de compras e Economia de Recursos) e foram estimados quatro modelos de regressão logística para avaliar a hipótese de que uma maior a frequência de ida a áreas verdes tem relação positiva com uma visão mais disciplinada e informada a respeito das questões relacionadas ao consumo sustentável.
A hipótese do estudo fica comprovada em parte, pois a maior frequência de ida ao parque influencia positivamente a percepção de consumo sustentável nas dimensões engajamento socioambiental e planejamento de compras. Assim, a ida às áreas verdes, como o parque Dionísio Alvares Mateos, podem ser utilizadas para influenciar, pelo menos parcialmente, as atitudes dos indivíduos em relação ao consumo sustentável. O planejamento de atividades nessas àreas podem ser consideradas como fatores de influência externa e interna do comportamento conforme Fermino et al. (2012) e Lima (2006) sugerem.
A constatação, oferecida por esse trabalho é relevante, pois traz um elo que pode ser utilizado para diminuir ou até mesmo transpor a lacuna do attitude-behaviour gap. Com isso, indica-se caminhos de estudos futuros que podem embasar conceitual a criação e o aprimoramento de políticas públicas, como o Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis (PPCS). Esta pesquisa oferece uma reflexão para que seja possível desenvolver o comportamento individual, mas também, ações coletivas que promovam mudanças políticas e econômicas necessárias para que seja alcançado o consumo sustentável.
FERMINO, R.C.; REIS, R.S.; CASSOU, A.C. Fatores individuais e ambientais associados ao uso de parques e praças por adultos de Curitiba-PR. Rev. bras. Cineantropom Desempenho Hum. v. 14, n. 4, p. 377-389, 2012. GUERRA, R.S. Dimensões do consumo na vida social. Minas Gerais: UFMG, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Tese de Doutorado, 2011 NORWEGIAN MINISTRY OF THE ENVIRONMENT. Oslo Roundtable on Sustainable Production and Consumption, 1994. LIMA, V.; AMORIM, M.C.C.T. A importância das áreas verdes para a qualidade ambiental das cidades. São Paulo. Revista Formação, nº13, p. 139-165, 2006