Resumo

O objetivo deste artigo apresentar pesquisa que mapeou a produção de publicações científicas brasileiras sobre Negócios Sociais no período de 2015 a 2019. A pesquisa foi realizada nas bases científicas SciELO e SPELL e em todos os eventos da ANPAD. Esta pesquisa é de natureza mista, em nível exploratório e descritivo e utiliza as técnicas de análise bibliométrica e de análise de conteúdo dos 86 artigos encontrados. Os resultados indicaram que a produção científica sobre o tema aumentou, mas ainda necessita de maior base conceitual e de mais autores que reportem a temática

Nessa perspectiva, a presente pesquisa se justifica no mapeamento das produções científicas brasileiras que envolvem o tema e responde às seguintes perguntas: O que tem sido publicado nos periódicos nacionais sobre negócio de impacto social? Quem publica sobre essa temática? O objetivo geral desta pesquisa é mapear a produção de artigos científicos brasileiros sobre negócios de impacto social, no período de 2015 a 2019, nas bases científicas SciELO e SPELL e em eventos da ANPAD: 3Es; EnANPAD; EnAPG; EnEO; EnEPQ; EnGPR e Simpósio de Gestão da Inovação Tecnológica

Segundo Wilson e Post (2013) e Barki (2014), a finalidade dos negócios de impacto social é resolver os problemas sociais utilizando os mecanismos de mercado, trazer benefício e atendimento das necessidades sociais, entendidos como um acontecimento heterogêneo, um modo de organização e ação que usufrui da atividade do mercado para restabelecer temas sociais arraigados. A abordagem norte-americana é que os investidores buscam relacionar os negócios sociais às empresas que atuam na base da pirâmide (COMINI, BARKI e AGUIAR, 2012).

Este artigo está baseado em uma pesquisa classificada como de natureza mista e é bibliométrica (COOPER e LINDSAY, 1998). É de nível exploratório. A bibliometria segundo Guedes e Borschiver (2005) utiliza métodos matemáticos e estatísticos para investigar, quantificar, descrever e prognosticar os processos de comunicação escrita, apresentando os autores, as publicações, periódicos e citações entre outros e está sustentada em leis e princípios, como a Lei de Bradford (Produtividade de periódicos), a Lei de Lotka (Produtividade científica de autores) e as Leis de Zipf (Frequência de palavras).

A base SPELL apresentou o maior número de publicações (49), seguida da ANPAD (32) e SciELO (05). Os termos mais frequentes são "empreendedorismo social" (35) e "negócios sociais" (33). O termo "negócio inclusivo" não apareceu em nenhuma base, esse resultado coaduna com Márquez (2009), que cita que o termo é recente no Brasil. Os termos utilizados nas publicações e que aparecem com maior frequência são: Social (54); Empreendedorismo (36); Negócio (35); Sociais (25); Impacto (9); Economia (8); Modelo (7); Organizações (7); Inovação (6) e Valor (5).

Os resultados indicaram que a produção de artigos científicos sobre o tema aumentou com o passar dos anos, mas a quantidade de publicações é pouca expressiva, talvez porque o tema ainda é novo no Brasil, o que denota estar em processo de construção, necessitando de base conceitual mais consistente, o que corrobora com a classificação desta pesquisa como sendo exploratória. Como alguns principais resultados encontrados nos artigos, foram identificadas seis categorias: Modelo de Negócios com Impacto Social; Sustentabilidade em Organizações; Inovação Social em Negócios de Impacto Social; Aprendiz

BARKI, E. Negócios com impacto social. RAE-Revista de Administração de Empresas, vol. 54, n. 5, p. 594-602, 2014. MÁRQUEZ, P. Negócios inclusivos en América Latina. Harvard Business Review, v. 87, n. 5, p. 28-38, 2009. TEODÓSIO, A. S. S.; COMINI, G. Inclusive business and poverty: prospects in Brazilian context. Revista de Administração – RAUSP, v. 47, n. 3, p. 410-421, jul/set. 2012. YUNUS, M.; MOINGEON, B.; LEHMANN-ORTEGA, L. Building Social Business Models: Lessons from the Grameen Experience. Long Range Planning, v.43, p. 308-325, 2010