Resumo

Título do Artigo

CONVERGÊNCIA ENTRE ÍNDICES DE RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA: UMA ANÁLISE NA EMPRESA BRASILEIRA
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Tema

Indicadores e modelos de mensuração da sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Maria Rafaela de Oliveira Freitas
Universidade Federal do Ceará - UFC - PPAC
2 - Vicente Lima Crisóstomo
Universidade Federal do Ceará - UFC - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade Responsável pela submissão

Reumo

A literatura aponta que as ações de responsabilidade social corporativa (RSC) constituem característica marcante no contexto empresarial, dada a avaliação crescente de empresas em índices de RSC, atendendo demandas de diversos stakeholders. Através dessas ações, a empresa busca legitimidade, reputação e visibilidade. Importantes métricas avaliam ações de RSC da empresa brasileira: o índice ISE, os rankings do MERCO, os ratings da CSRHub e da Thomson Reuters. Entretanto, a literatura destaca a dificuldade de mensurar-se a RSC, dado seu aspecto complexo e discricionário e ausência de padronizaçã
Considerando a disseminação de índices de avaliação do desempenho da empresa em RSC, aliada à possibilidade de fornecer evidências empíricas que preencham a lacuna na literatura nacional acerca da convergência de processos externos de avaliação da empresa brasileira entre índices de RSC, apoiado nas teorias da Legitimidade e Stakeholder, o estudo apresenta como questão de pesquisa: Quão convergentes são os índices de RSC na avaliação da empresa brasileira? O estudo tem como objetivo investigar a tendência de convergência de avaliação da empresa brasileira entre distintos índices de RSC.
É sob o contexto de demanda por mensuração da RSC que entram em cena as agências de rating, responsáveis por avaliar empresas através de indicadores de RSC. No contexto da empresa brasileira, essa crescente demanda também tem ganhado destaque com importantes índices: o ISE; o índice Merco Empresa; o índice Merco Responsabilidade e Governo Corporativo; o índice da CSRHub; e índice Thomson Reuters, que avaliam aspectos ambiental, social e de governança (ASG). No entanto, estudos têm questionado a consistência de metodologias desses índices de RSC no seu processo avaliativo.
O estudo utilizou como análise estatística descritiva e técnicas de normalização de dados, análise de correlação linear entre os índices. Além disto, foi também feita análise documental da metodologia dos índices, comparação detalhada dentre as metodologias dos índices, e exame da participação simultânea de empresas em distintos índices. A amostra consistiu de 1.007 observações de 275 empresas brasileiras avaliadas nos índices de RSC- ISE, MERCO, CSRHub e Thomson Reuters- no período 2013-2017. As variáveis do estudo são mensuradas pela pontuação da empresa publicada pelos índices.
Constatou-se existir diversidade metodológica entre os índices acerca do construto de RSC. Um aspecto importante para o estudo foi a verificação de uma acentuada proporção de empresas simultaneamente avaliadas sob distintos índices. Confirmando a hipótese do estudo, os resultados mostram que há uma propensão à convergência de avaliação da empresa brasileira entre índices de RSC, tendo em vista o fato de que os índices de RSC, embora apresentem metodologias específicas, estão positivamente correlacionados, reforçando a congruência na avaliação do desempenho em RSC.
A motivação do estudo de investigar a propensão à convergência de avaliação da empresa brasileira entre índices de RSC emana do debate acerca da eclosão de índices de RSC como propostas de mensuração e avaliação externa do desempenho da empresa em RSC, considerando o rigor metodológico declarado por cada índice nesse processo avaliativo. De um modo geral, os resultados mostram que é possível constatar convergência de avaliação da empresa brasileira entre índices de RSC, cujas distinções metodológicas enriquecem o processo de avaliação sem, no entanto, provocar distorções.
DELMAS, M. A.; ETZION, D.; NAIRN-BIRCH, N. Triangulating Environmental Performance: What Do Corporate Social Responsibility Ratings Really Capture? Academy of Management Perspectives, v. 27, n. 3, p. 255-267, 2013. HEDESSTRÖM, M.; LUNDQVIST, U.; BIEL, A. Investigating consistency of judgement across sustainability analyst organizations. Sustainable Development, v. 19, n. 2, p. 119-134, 2011. ORSATO, R. J. et al. Sustainability indexes: why join in? A study of the ‘Corporate Sustainability Index (ISE)’ in Brazil. Journal of Cleaner Production, v. 96, p. 161-170, 2015.