Resumo

Os estudos sobre o desenvolvimento do espaço urbano precisam ser viabilizados por mecanismos capazes de prever os impactos e dar novos cursos de ação que ofereçam opções sustentáveis, por meio de evidências que revelem, pelo monitoramento dos indicadores e das políticas públicas, tendências ou perspectivas futuras. Nesse sentido, os desafios do desenvolvimento sustentável estão cada vez mais concentrados nas cidades. A agenda intitulada “Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável” pretende servir de guia para ações da comunidade mundial.

O presente trabalho tem como objetivo descrever as dimensões do desenvolvimento sustentável nas cidades brasileiras. Além disso, buscou-se realizar o alinhamento destas dimensões com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU). Do ponto de vista teórico, este estudo busca contribuir com o entendimento do desenvolvimento urbano sustentável, das características de cidades sustentáveis e as implicações destas características no cumprimento das metas referentes aos objetivos da Agenda 2030.

O desenvolvimento urbano sustentável busca promover a qualidade de vida dos cidadãos e reduzir os impactos sociais e ambientais. Uma cidade sustentável visa a proporcionar qualidade de vida para seus cidadãos e para as futuras gerações, através de soluções que atentem a aspectos ambientais e sociais (ROGERS, 2013). De acordo com Silva (2017), a Agenda de 2030 está baseada no princípio dos 5’Ps: Pessoas, Planeta, Prosperidade, Parcerias e Paz, que desta forma procura equilibrar as três dimensões fundamentais da sustentabilidade: desenvolvimento econômico, equidade social e prevenção ambiental.

Este estudo se classifica como uma pesquisa quantitativa e tem natureza descritiva. A análise dos dados foi feita por meio de estatísticas descritivas. Para identificar aspectos relacionados ao desenvolvimento urbano sustentável foram analisados os índices de média, desvio padrão e coeficiente de variação. As variáveis do modelo permitem identificar aspectos de desenvolvimento urbano sustentável, baseadas no estudo realizado por Martins e Cândido (2008), no qual são avaliadas as seguintes dimensões: (1) demográfica, (2) social, (3) ambiental, (4) político-institucional, e (5) cultural.

Pôde-se observar que os municípios, em sua maioria, são considerados de médio porte, com uma média de habitantes em torno de 375 mil. A taxa de urbanização dos municípios analisados fica, em média, em 93%. De acordo com os resultados apresentados, destaca-se que as dimensões ‘Ambiental’ e ‘Social’ obtiveram as maiores médias e os menores coeficientes de variação. Essas dimensões estão diretamente associadas ao tripé da sustentabilidade (Econômico-Social-Ambiental), e representam aspectos que se refletem, diretamente, no bem-estar e na qualidade de vida dos cidadãos.

Os resultados permitiram, inicialmente, conhecer o perfil dos municípios pesquisados em relação ao desenvolvimento urbano sustentável, a partir de análises estatísticas descritivas. Destacaram-se as maiores médias no desenvolvimento urbano sustentável estão nas dimensões ‘Ambiental’ e ‘Social’. Evidenciou-se, ainda, que a dimensão ‘Cultural’ é aquela que apresenta menor média em relação às demais, o que reflete a realidade da amostra que é composta na grande maioria por cidades de médio porte. Posteriormente, pode-se relacionar esses resultados com os objetivos da Agenda 2030.

CIDADES SUSTENTAVEIS. Gestão Pública Sustentável (GPS). Disponível em: Acesso em: 14 jul. 2019. GEHL, J. Cidades para pessoas. 2ª ed. São Paulo: Perspectiva, 2013. LEITE, C.; AWAD, J. C. M. Cidades sustentáveis, cidades inteligentes: desenvolvimento sustentável num planeta urbano. Porto Alegre: Bookman, 2012. MARTINS, M. F.; CÂNDIDO, G. A. Análise da sustentabilidade urbana no contexto das cidades: proposição de critérios e indicadores. Anais do XXXVII EnANPAD. Rio de Janeiro: ANPAD. 2013.