Resumo

Título do Artigo

As Barreiras na Implementação da Logística Reversa: uma agenda de pesquisa
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Tema

Operações sustentáveis

Autores

Nome
1 - Bárbara de Oliveira Vieira
Universidade de Brasília - Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Economia, Administração e Ciências Contábeis Responsável pela submissão
2 - Patricia Guarnieri
Universidade de Brasília -

Reumo

No Brasil foram gerados 1,4 milhão de toneladas de resíduos eletrônicos durante o ano de 2014 (7,1 quilos por habitante), o que representa 52% dos resíduos eletrônicos gerados na América Latina, de acordo com o estudo realizado pelo International Telecommunication Union (2016). No Brasil a implementação da logística reversa em resíduos eletrônicos é diferente de outros países por apresentar uma exigência legal – Política Nacional de Resíduos Sólidos – e prever uma tomada de decisão em grupo (Guarnieri, e Silva, & Levino, 2016).
O estudo de Bouzon, Govidan e Rodriguez (2018) trata das barreiras na implementação e propõem a realização de novos estudos em relação as barreiras encontradas na implementação da logística reversa. Assim este estudo se propõe investigar e analisar o atual quadro da literatura sobre a logística reversa no Brasil, visando a identificação das principais barreiras na sua implementação.
A Logística Reversa LR) difere da gestão dos resíduos por se concentrar na adição de valor a um produto que já tenha sido usado, enquanto a gestão de resíduos objetiva coletar e realizar o tratamento sem a produção de um produto (Kinobe, Gebresenbet, & Vinnerås, 2012). Entretanto, a implementação da logística reversa defronta-se com distintas barreiras que perpassam as variadas dimensões, sendo elas de cunho cultural, territorial e tecnológico (Demajorovic et al., 2016). Os stakeholders são os agentes envolvidos no processo de LR, tais como fornecedores, fabricantes e clientes (Leite, 2003).
O processo de pesquisa analisou dados primários. Realizou-se uma revisão sistemática da literatura aplicou-se o protocolo delimitado por Cronin et al. (2008), no Google Acadêmico e na SPELL, durante o período de 2008-2018. Selecionou-se apenas artigos publicados em periódicos e em língua portuguesa, assim, excluindo-se artigos de revisão, anais de eventos, livros, capítulos de livros, patentes e citações. Para a busca foi realizada uma combinação das palavras-chaves: logística reversa, multicritério, stakeholders, barreira. Também foram utilizados os sinônimos: entrave e desafio.
Foram selecionados 16 artigos. Os estudos podem ser categorizados em dois grupos: (I) estudos que identificaram barreiras e (II) estudos sobre barreiras.Percebe-se que os estudos se concentram-na região Sul-Sudeste e, devido a se constituir na região do país onde está localizado o maior número de indústrias e empresas que realizam Logística Reversa, infere-se que essa característica gera um ambiente mais proprício para se pesquisar e analisar os novos processos. Os estudos nacionais tiveram como principal foco a abordagem do conceito de Logística Reversa em seu referencial teórico.
Ao analisar os estudos publicados, percebeu-se que há duas categorias de estudos. A terminologia “barreiras” não é utilizada nos estudos nacionais.As barreiras foram agrupadas em nove categorias, a posteri, pois não foi apresentada nos estudos uma classificação. Uma das categorias presentes nos estudos foram as barreiras de cunho cultural. Ao examinar os stakeholders analisados nos processos de LR, as cooperativas e associações de catadores de material reciclável apareceram como um grupo a parte.
Bouzon, M., Govindan, K., & Rodriguez, C. M. T. (2018). Evaluating barriers for reverse logistics implementation under a multiple stakeholders’ perspective analysis using grey decision making approach. Resources, Conservation and Recycling, 128, 315–335. https://doi.org/10.1016/j.resconrec.2016.11.022 Caiado, N., Guarnieri, P., Xavier, L. H., & Chaves, G. de L. D. (2017). A characterization of the Brazilian market of reverse logistic credits (RLC) and an analogy with the existing carbon credit market. Resources, Conservation and Recycling, 118, 47–59. https://doi.org/10.1016/j.resconrec.2016.1