1 - Rodrigo Rodrigues de Freitas CEFET - Centro Federal de Educação Tecnológica - RJ - Itaguaí
Responsável pela submissão
2 - Thiago Sagawe CEFET - Centro Federal de Educação Tecnológica - RJ - Itaguaí
3 - Aryane Cristine Dantas de Moura CEFET - Centro Federal de Educação Tecnológica - RJ - UnED Itaguaí
Reumo
Os impactos gerados pela poluição nas emissões de gases no transporte
rodoviário contribuem para o aumento de doenças respiratórias em todo mundo. A
emissão de gases nocivos ao meio ambiente e a concentração de pessoas nos
grandes centros urbanos facilita o aparecimento de doenças com características
provenientes da utilização de combustíveis fósseis. Segundo Glaeser e Kahn (2010),
as emissões de dióxido de carbono (CO 2 ) de um automóvel são em média 50 vezes
maior do que as emissões per capita de um motorista de ônibus.
A pesquisa se concentrou na cidade do Rio de Janeiro com população de 6,32
milhões de pessoas e uma densidade de 5.573 hab/km 2 (IBGE, 2010), pois observou
que houve uma redução no consumo de diesel e um aumento de ODR na
classificação Internacional de Doenças CID-10BR (X73 – X77) ou CID-10 (J00-J99).
A adição de biodiesel tem o objetivo de reduzir as emissões de gases poluentes,
pois o fator de emissão é menor do que diesel combustível. Deve-se verificar o
impacto do diesel consumido no transporte, em relação aos óbitos por doenças respiratórias.
A proposta da pesquisa é verificar a participação das emissões de CO 2 e MP
provenientes dos transportes, e sua relação com os óbitos por doenças respiratórias.
O procedimento internaliza o uso do biodiesel como fonte de redução das emissões
nos anos e proporções permitidos, comparando os óbitos por doenças respiratórias através do método de
regressão. Entretanto, deve-se mensurar o impacto da adição do biodiesel no diesel e
verificar a efetividade em relação a redução de óbitos por doenças respiratórias
(ODR) no local de residência do paciente.
A proposta é uma abordagem top-down, utilizando a metodologia do GHG
Protocol (2006) e GLEC Framework (2016, pois as metodologias permitem
adaptações conforme as características das cidades e dos dados. O procedimento
divide-se em quatro partes indissociáveis para calcular as emissões de CO 2 e MP
(combustível, freios, pneus e pista). O processo metodológico é desenvolvido
através do volume de diesel consumido de forma regional e não da frota circulante
de veículos, essa diferenciação é adequada para mensurar as emissões em cidades
que não possuem dados da frota circulante.
O resultado demonstra que o benefício da adição de biodiesel no diesel é
limitado, pois a adição de 7% não representa grandes impactos na redução de ODR.
Desta forma, o benefício no aumento da quantidade de biodiesel acima do
pesquisado, não atua como grande indutor da redução de ODR, porém atua como
fonte de melhoria da qualidade do ar. A análise indica a participação do MP como
um dos responsáveis pelo aumento de óbito. O aumento do incentivo de carro
elétricos e outras fontes de energia renovável, não elimina as emissões de MP, novas pesquisas devem direcionar esforças na redução de MP.
A poluição externa é responsável por 2% de todas as mortes no mundo, onde o
transporte tem grande participação nas emissões de gases poluentes, principal
causador de doenças respiratórias. A adição de biodiesel no diesel contribui como
mitigador nas emissões, reduzindo o impacto no número de mortes. Contudo, a
adição acima de 7%, não apresentou benefícios diretos como redutor no número de
óbitos. Os resultados demostraram que o material particulado (MP), proveniente do
desgaste de pneus e freios, é o principal responsável por óbitos por doenças
respiratórias.
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