Resumo

A transparência dos mercados tem se tornado crescente e as exigências dos clientes têm se revelado mais fortemente (BEURDEN; GÖSSLING, 2008). Com isso, a forma como as empresas se compromete com práticas responsáveis e assumem RSE passa a ser considerada (BARNETT; SALOMON, 2006). O CSP é uma forma de fazer com que a RSE seja aplicável e que se possa colocá-la em prática (MAROM, 2006). A RSE não é uma variável e, portanto, é impossível de medir. O CSP, por outro lado, embora difícil de medir, pode ser transformado em variáveis mensuráveis.

Assim, se a sociedade pode decidir que as empresas têm responsabilidades para com stakeholders pode-se esperar que as corporações devam ser responsabilizadas por seu desempenho social (GÖSSLING, 2003). no âmbito dos negócios conduz a uma relevante questão: Como o Desempenho Social Corporativo (CSP) pode ser medido? A partir do contexto a pesquisa tem como objetivo geral: Analisar os principais modelos de Desempenho Social Corporativo (CSP) apresentados na literatura evidenciando as perspectivas de mensuração e sua relação com desempenho financeiro corporativo (CFP).

A literatura sobre CSP considera abordagens distintas, contudo, os temas recorrentes incluem o envolvimento de todos os públicos interessado, o foco sobre problemas sociais e humanos, em vez de decisões puramente econômicas, e a criação global de riqueza e melhoria da sociedade (DAHLSRUD, 2008). Ambos, CSP e CFP são grandes meta-construtos, cujas diferenças de definição tornam difícil a sua categorização. e mensuração. O CSP avalia a postura geral de uma empresa em relação a uma gama complexa de questões relevantes para a área social (GRAVES; WADDOCK, 1999).

O presente estudo é um ensaio teórico e contribui para discussão da temática no campo a partir do levantamento e revisão dos principais modelos de CSP suas propostas, indicadores. As implicações práticas da pesquisa apontam na direção de disponibilizar uma breve síntese do conhecimento teórico conquistado sobre as principais alternativas de mensuração do CSP, possibilidades de impacto no desempenho financeiro e sua aplicabilidade, sem a pretensão de esgotar o assunto.

Como base para descrição do CSP, o presente estudo apresenta os modelos de maior destaque da literatura, considerando um recorte desde 1979 até 2015 e englobando uma seleção de oito modelos. Não se pretende esgotar a literatura de todos os modelos que podem representar CSP, mas apresentar um apanhado geral, representativo dessa literatura. A seguir são abordados os modelos de Carrol (1979), Sethi (1975), Wartick e Cochran (1985), Wood (1991), Orlitzky e Benjamin (2001), Beurden e Gössling (2008), Fauzi (2009) e Wang, Dou e Jia (2015).

Um número crescente de estudos tem aparecido na relação CSP-CFP e avançarão para além dos resultados decorrentes dos estudos meta-analíticos, que evidenciaram 40 anos de pesquisas no campo, Novos estudos precisam continuar a explorar a relação dos construtos com moderadores e mediadores e sistematizá-los para que seja possível avançar nos achados e oferecer contribuições ao campo de estudos, aos gestores e firmas. É esta lógica que, invisivelmente, preside o jogo. Quando é que o jogo termina? (ALVES, 1981, p. 22-23).

BEURDEN, P. van; GÖSSLING, T. The Worth of Values – A Literature Review on the Relation Between Corporate Social and Financial Performance. Journal of Business Ethics, v. 82, p. 407-424, 2008. ORLITZKY, M.; SCHMIDT, F. L.; RYNES, S. L. Corporate Social and Financial Performance: A Meta-analysis. Organization Studies, v. 24, n. 3, p. 403-441, 2003. WANG, Q.; DOU, J.; JIA, S. A Meta-Analytic Review of Corporate Social Responsibility and Corporate Financial Performance The Moderating Effect of Contextual Factors. Business & Society, 2015