Resumo

Título do Artigo

LIMPEZA URBANA EM SÃO PAULO DE 2002 a 2018 - um mapeamento do campo
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Tema

Políticas Públicas para a sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Lilian Ferreira dos Santos Lacerda
Escola de Artes, Ciências e Humanidades USP - EACH Responsável pela submissão

Reumo

A limpeza urbana é um assunto de interesse para diferentes disciplinas. É também uma questão pública a ser enfrentada em todas as cidades. No Brasil, a regulação nacional foi definida apenas recentemente, porém ela é indispensável para a continuidade da vida urbana por seu caráter essencial. Geralmente, só é notada pelos cidadãos pela sua ausência ou execução precária, quando os resíduos não são coletados ou se acumulam nas ruas, locais públicos e domicílios. Ela será objeto deste artigo e é fortemente marcada pelo setor privado, sobretudo pelos altos custos que os serviços de limpeza impõem.
O objetivo geral do artigo é apresentar um mapeamento preliminar do campo das políticas de limpeza urbana da cidade de SP de 2002 a 2018. Os objetivos específicos são identificar o estágio atual do campo, os principais atores e posicionamentos no campo. Para isso, se utilizará como referencial teórico a Teoria de Campos de Ação Estratégica (TCAE) de Neil Fligstein e Doug McAdam. Essa lente teórica é recomendada para análises de nível meso, a qual se propõe o artigo. A pergunta que norteia este trabalho é quais são os principais atores do campo da limpeza urbana em SP.
Fligstein e McAdam (2012) definem campo de ação estratégica como uma ordem social de nível meso, onde os atores individuais ou coletivos sintonizam e interagem entre si baseados em entendimentos compartilhados sobre o campo, entendimentos que podem ou não ser consensuais. Em outras palavras, campos podem ser entendidos como arenas sociais (GONÇALVES-DIAS, 2009, p.95). Dentro da Nova Sociologia Econômica vários autores utilizam o termo “campo” (FLIGSTEIN, 2007). No entanto, seus usos e significados são ligeiramente diferentes entre si (MACHADO-DA-SILVA; GUARIDO FILHO; ROSSONI, 2006).
A baseada em pesquisa essencialmente qualitativa e a partir da revisão bibliográfica sobre limpeza urbana, teoria de campos de ação estratégica e de análise documental realizada por meio de leitura sistemática de documentos - legislações, atas, jornais, revistas e artigos em periódicos indexados, espera-se colaborar para as áreas de sustentabilidade, ciência ambiental e gestão ambiental, em especial agendas de pesquisa na área de resíduos, que utilizam a teoria de campos de ação estratégica na aplicação de casos empíricos.
É possível identificar a existência de diferentes campos (estatais e não estatais) que configuram o campo das políticas de limpeza urbana em São Paulo, formando o cenário previsto por Fligstein e McAdam (2012, p.74, tradução nossa), onde “os campos de ação estratégica dentro do estado são dependentes de suas ligações com campos de ação estratégica fora do estado”. Se fosse possível sintetizar o estágio “atual” do campo das políticas de limpeza urbana dentro do período proposto em uma única imagem bidimensional, acredita-se que seria algo semelhante a Figura 1 (apresentada no artigo completo).
A principal contribuição do artigo é apresentar um mapeamento preliminar do campo da limpeza urbana em São Paulo numa síntese mais didática, expressando graficamente os principais atores no período de 2002 a 2018 e suas relações de proximidade ou distância no campo. Acredita-se que este trabalho possibilite uma visualização da macroestrutura da política e os principais campos relacionados a ela. Essa relação entre macroestruturas, campos e processos mais amplos é uma das partes importantes da TCAE (FLIGSTEIN; McADAM, 2012).
FLIGSTEIN, Neil. Habilidade Social e a Teoria dos Campos. Revista de Administração de Empresas, v. 47, n. 2, p.61-80, jun. 2007. Disponível em: . Acesso em: 10 mai. 2019. FLIGSTEIN, Neil; McADAM, Doug. A Theory of Fields. Oxford University Press. New York, 2012, 253 p. GONÇALVES-DIAS, Sylmara Lopes Francelino. Catadores: uma perspectiva de sua inserção no campo da indústria de reciclagem. Tese de Doutorado. São Paulo: Instituto de Energia e Ambiente, Universidade de São Paulo, 2009.