Resumo

As mudanças climáticas causam impacto significativo no desenvolvimento das nações. As inúmeras soluções propostas até então não foram suficientes para enfrentar o desafio da compatibilização do crescimento econômico com as questões socioambientais. na Cúpula das Nações Unidas em 2015 apresentou-se uma nova agenda composta por 17 ODS, para todos os países a ser implementada até o ano de 2030. Insta salientar que para a incorporação do ODS no ambiente empresarial faz-se necessário que os gestores estejam capacitados, sendo as Escolas de Negócios um lócus importante para formação destes.

É neste contexto que este estudo se insere com o objetivo de identificar fatores que influenciam as atitudes dos discentes da área de negócios em prol do desenvolvimento sustentável. um desdobramento desta contribuição aponta para a necessidade de se compreender e se debater o processo formativo, a consciência, as atitudes e os comportamentos de potenciais gestores organizacionais para que estes possam estar mais capacitados técnica e humanamente para lidar com os problemas relacionados à sustentabilidade e suas possíveis soluções para além do ambiente corporativo.

Compreender os fatores que impactam as atitudes dos discentes da área de negócios em prol do Desenvolvimento Sustentável torna-se relevante, pois estes serão potencialmente os futuros tomadores de decisão no ambiente corporativo e poderão contribuir para minimizar os impactos socioambientais das atividades empresariais no contexto em que elas são desenvolvidas. Neste sentido, os estudos realizados por Jacomossi, Morano e Barichello (2014) e Faria et al. (2018) demonstram que há uma possível relação entre conhecimento sobre sustentabilidade e atitudes em prol do Desenvolvimento Sustentável.

O campo empírico investigado foi constituído por duas IES com cursos presenciais no Estado da Bahia, uma privada e outra pública. As IES foram escolhidas por acessibilidade. O instrumento de coleta de dados foi um questionário composto por dois blocos de perguntas. O bloco I foi estruturado em escala likert, visando mensurar a atitude e conhecimento dos discentes em relação ao desenvolvimento sustentável. No bloco II, mapeou-se as seguintes características: identidade partidária, religião, nível de renda, disciplina cursada (sustentabilidade), gênero, semestre, idade, curso e tipo de IES.

As evidências obtidas indicaram que, na amostra, o conhecimento sobre sustentabilidade influência de forma positiva e significativa a atitude discente nas Dimensões Ambientais, Econômicas, Sociais e de Educação. Os resultados apontaram ainda que discentes de esquerda tendem a apresentar atitudes mais positivas em prol do desenvolvimento sustentável, somente nas Dimensões Ambientais e Sociais Os resultados indicaram ainda que as variáveis idade e semestre não exerceram influência significativa em nenhuma das dimensões investigadas.

Os resultados da investigação trazem uma contribuição para a discussão de alguns pilares de suporte da sustentabilidade. Já existe na literatura um debate sobre outros pilares tais como a cultura e a ética, mas, considerando o recorte desta pesquisa além do tradicional triple bottom line, a Dimensão de “atitude quanto à Educação” foi incorporada. Pesquisas para compreender e debater o processo formativo, a consciência, as atitudes e os comportamentos em torno das questões de sustentabilidade na área de negócios são relevantes, para o alcance de uma das metas das ODS.

BACELAR, R. P.; CASTRO, L. R. D. Modos de subjetivação de jovens nas tramas do ambientalismo: uma análise psicopolítica. Revista Psicologia Política, v. 15, n. 33, p. 317- 333, 2015. BARBIERI, J. C. Prefácio. In: Educação para a sustentabilidade: bases epistemológicas, teorias e exemplos na área de Administração. Palma, C. S., Nascimento, L.P.; Alves, N. B.(Org) - Canoas, RS: IFRS - Campus Canoas, 2017. BARBIERI, J. C.; SILVA, D. D. Desenvolvimento sustentável e educação ambiental: uma trajetória comum com muitos desafios. Revista de Administração Mackenzie, v. 12, n. 3, 51-82, 2011.