Resumo

Para a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD) (2015) o desenvolvimento agrícola conciliado com o crédito rural está diretamente ligado com a sustentabilidade. O desenvolvimento de qualquer atividade ou setor deve estar amparado a alguns critérios de sustentabilidade, por isso a concessão de crédito agrícola deve estar amparada em atitudes sustentáveis para o desenvolvimento da agricultura. Conforme Delgado e Bergamasco (2017) as propriedades tomadoras de crédito rural têm desenvolvimento sustentável mais efetivo, diante as não tomadoras.

Propriedades rurais do município de Prudentópolis – PR tomadoras de crédito rural se diferenciam no desenvolvimento sustentável de propriedades rurais não tomadoras de crédito? Para responder ao problema de pesquisa, o estudo teve como objetivo: Identificar a relação entre pequenas propriedades rurais tomadoras de crédito e não tomadoras de crédito com base no conceito de sustentabilidade econômica, social e ambiental, e compreender se há diferenças no desenvolvimento sustentável de propriedades rurais tomadoras de crédito rural e as propriedades não tomadoras.

O crédito rural é uma ferramenta que pode auxiliar no desenvolvimento sustentável, tendo o objetivo de oferecer condições apropriadas para o produtor rural ter acesso a recursos naturais e usufruir de maneira responsável, preservar o meio ambiente que ele está inserido, buscar a redução da pobreza e inclusão no meio social (SAUER, 2008). Com o auxílio de recursos financeiros e acesso a informações corretas o produtor rural terá um progresso em suas atividades agropecuárias preocupado com as três vertentes ligadas ao desenvolvimento sustentável.

A presente pesquisa classifica-se como qualitativa. Quanto a seus fins, a pesquisa classifica-se como descritiva e interpretativa uma vez que, busca descobrir a existência de associações entre as variáveis do crédito rural e da sustentabilidade em pequenas propriedades rurais. Como procedimentos de coleta de dados adotou-se entrevistas e observação não participante. Foram realizadas seis entrevistas com produtores rurais, sendo três tomadores de crédito rural (denominados nesse estudo pelas letras A, D e E) e três não tomadores de crédito rural (denominados pelas letras B, C e F).

Comparando os produtores tomadores de crédito rural aos não tomadores em relação aos pilares da sustentabilidade apresentados, pode-se concluir que há uma diferença nos pilares social e econômicos, todavia no pilar ambiental a diferença, apesar de existente é muito tênue. Os entrevistados que são tomadores de crédito rural, participantes da pesquisa, possuem maior grau de instrução. Já os não tomadores de crédito rural se sentem desmotivados em muitas das vezes para investir e atentar-se para a utilização dos recursos, porém todos demonstraram grande interesse em preservar o meio ambiente.

Conforme os dados dispostos, é possível concluir com o presente estudo que as pequenas propriedades rurais tomadoras de crédito rural se diferenciam das propriedades não tomadoras de crédito rural, tendo a influência do crédito rural associada ao grau de instrução dos indivíduos e o entusiasmo que os mesmos possuem ao conduzir a gestão de suas propriedades. Ainda, identifica-se que o perfil do pequeno produtor rural tomador de crédito é mais sustentável que o não tomador de crédito rural. Os produtores que falam com entusiasmo são mais propensos a aceitarem mudanças e buscarem melhorias.

BLOWFIELD, Michael. Business and Sustainability. Oxford: UK, 2013. DELGADO, Guilherme Costa; BERGAMASCO, Sonia Maria Pessoa Pereira. Agricultura familiar brasileira: desafios e perspectivas de futuro. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Agrário, 2017. OECD. OECD food and agricultural reviews: innovation, agricultural productivity and sustainability in Brazil. Paris: OECD Publishing, 2015. SAUER, Sérgio. Agricultura familiar versus agronegócio: A dinâmica sociopolítica do campo brasileiro. Brasília: EMBRAPA Informação Tecnológica, 2008.