Resumo

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Água, serviços ecossistêmicos e Brasil: Onde estamos e para onde vamos?
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Nome
1 - Jeferson Lima
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA/USP) - USP Responsável pela submissão

Reumo

A água está presente em inúmeros serviços ecossistêmicos e será o objeto de estudo dessa pesquisa. O crescimento acelerado da população e por consequência do consumo para sua manutenção têm impactado o meio ambiente e os ciclos hídricos. Entre os anos 1980 e 2017, a ocorrência de inundações e tempestades mais do que triplicou, sendo ambos resultado da influência hídrica na regulação climática. A influência humana no meio ambiente tem impacto nesses desastres uma vez que serviços regulatórios auxiliam no controle de enchentes e regulação climática (Munang et al, 2013; Costanza et al, 2017)
Essa pesquisa tem como objetivo analisar o que tem sido pesquisado recentemente no Brasil sobre a relação entre água e serviços ecossistêmicos, explorando o relacionamento com o uso do solo, biodiversidade, regulação climática, paisagística, turismo, entre outros serviços. Esse trabalho se faz importante ao trazer de forma sintética artigos produzidos desde 2014 que conectam recursos hídricos impactando outros serviços ecossistêmicos nos variados biomas brasileiros.
Além da produção de bens, os serviços ecossistêmicos dão suporte à vida e benefícios estéticos e culturais intangíveis, garantindo a continuidade da vida humana (Daily, 1997). A inclusão da discussão sobre serviços ecossistêmicos e sua valoração nas decisões econômicas, políticas e sociais não ameniza nem diminui o valor intrínseco da natureza e a necessidade de conservá-la. A valoração dos serviços ecossistêmicos e do capital natural complementa preocupações morais e a compreensão dos papéis que a natureza desempenha na continuidade da vida e as razões para conservá-la (Kareiva et al, 2011).
Os artigos foram coletados na base de periódicos Science Direct no período entre 2014 até o dia 30 de abril de 2019. As palavras-chave pesquisadas foram “water”, “ecosystem” e “services”, sendo que apenas artigos de revisão e de pesquisa foram selecionados. Para refino das buscas, adicionou-se a palavra-chave “Brazil”, diminuindo o número de artigos para 52. Após a leitura dos resumos de cada trabalho,24 foram descartados devido a não abordagem de vínculos entre serviços ecossistêmicos e água de forma concreta e percebível.
A economia de bacias hidrográficas é extremanente dependente dos serviços ecossistêmicos aliados aos ciclos hidrológicos, sendo que o uso da água disponível, em quantidade e qualidade, é fundamental para uma gestão hídrica sustentável (Tundisi e Tundisi, 2016). Produção de alimentos, geralmente em grandes fazendas monocultoras, impacta diversos serviços ecossistêmicos relacionados à agua, solo e clima, uma vez que descarta boa parte da biodiversidade natural. Serviços ecossistêmicos estão sujeitos às mais variadas formas de interação humana, e desastres ambientais tendem a ter um alto custo.
A maioria dos estudos aqui achados focaram nas áreas da Mata Atlântica e em segundo no bioma Amazônico, enquanto outros biomas tiveram poucos artigos. Aqui se levantam alguns questionamentos como de acessibilidade ao local de estudo, quantidade de dados disponíveis, facilidade na obtenção de novos dados, projetos já implementados, entre outros. Em relação aos PSE, as características do projeto, dos proprietários e os ganhos futuros que atraem parceiros aos programas de PSE são algumas das perguntas que permanecem com poucas respostas.
Costanza, R., et al. (2017). https://doi.org/10.1016/j.ecoser.2017.09.008 Daily, G. C. (1997). Introduction: what are ecosystem services? Nature’s services: Societal dependence on natural ecosystems, 1(1) Munang, R., et al. (2013). https://doi.org/10.1016/j.cosust.2013.02.002 Tundisi, J. G., & Tundisi, T. M. (2016). https://doi.org/10.1016/j.ecohyd.2016.03.006