Resumo

Título do Artigo

MODELO DE GESTÃO E INOVAÇÃO SOCIAL: UM ESTUDO DE CASO EM UMA COOPERATIVA DE RECICLÁVEIS DA REGIÃO AMAZÔNICA
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Tema

Estudos organizacionais em sustentabilidade

Autores

Nome
1 - suzana maria carvalho
Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR) - fundação universidade federal de rondônia unir
2 - Jacira Lima da Graça
Universidade Federal de Rondônia (UNIR) - NUCSA
3 - Marcelo Augusto Mendes Barbosa
Centro universitário São Lucas - Sede
4 - Aline Souza
Unisinos - Universidade do Vale dos Sinos - São Leopoldo Responsável pela submissão
5 - carlos alberto mendes moraes
Unisinos - Universidade do Vale dos Sinos - Escola Politécnica

Reumo

Torna-se cada vez mais evidente a urgência na busca de organização social e econômica que transpasse o capitalismo e suas consequentes desigualdades, a partir da cooperação entre os atores sociais, de forma que a economia esteja voltada para a solidariedade. Enquadram-se nesse contexto as cooperativas de catadores de recicláveis como alternativa de organização de trabalho. Segundo Cabaija-Santana (2014), o campo da inovação social ainda é um tema incipiente na academia, havendo lacunas para contribuições teóricas e práticas.
A busca por organizações voltadas para aspectos sociais, visando diminuir as desigualdades e gerar a cooperação entre os atores sociais tem se tornado cada vez mais urgente. A inovação social apresenta novos paradigmas como solução à crise social e econômica. No caso das cooperativas de catadores de recicláveis, tal questão também depende do modo de gerir processos da organização.O presente artigo tem como objetivo identificar as práticas de gestão do modelo cooperativo em uma cooperativa de recicláveis da região amazônica, localizada no município de Porto Velho (RO), em face à inovação social
No senso comum, a inovação consiste em mudanças que resultam em melhorias e se torna imperativa quando os problemas pioram, sistemas não funcionam, ou quando as instituições refletem os problemas do passado ao invés dos presentes. A inovação social tem como objeto a remodelação de papéis sociais de forma a “dar outras respostas para situações sociais insatisfatórias e problemáticas” (RODRIGUES, 2007, p. 118) existentes na sociedade.
Os instrumentos para a coleta de dados consistem em observação; acesso documental ao estatuto da cooperativa e atas de assembleia geral; realização de entrevistas em profundidade com o coordenador de finanças da cooperativa e com voluntários, situações nas quais foram levantadas questões sobre o modelo de gestão da cooperativa, além de permitir o diálogo livre e espontâneo por parte dos entrevistados. Um universo de 35 (trinta e cinco) cooperados ativos, foram observados pelos pesquisadores ao participarem de uma Assembleia Geral Ordinária realizada em junho de 2018.
A Catanorte está estabelecida no bairro Vila Princesa, em Porto Velho (RO), Estrada da Rema, s/n. Atua retirando toneladas de resíduos sólidos urbanos recicláveis do lixão no bairro. Criada em Assembleia Geral em julho de 2010, a Catanorte busca melhorar sua autogestão. O modelo de gestão da Catanorte, conforme os dados coletados, em relação ao modelo de gestão cooperativista de acordo com Oliveira (2015), é apresentado no atual capítulo.
Há relação entre o modelo de gestão cooperativista e a inovação social, embora as práticas de gestão do modelo cooperativo da Catanorte ainda sejam ineficientes, face a desarticulação com as partes envolvidas e, prioritariamente, a falta de preparo das pessoas que participam da diretoria da Catanorte, sendo urgente o desenvolvimento dos cooperados e líderes. Mesmo com tais dificuldades, houve avanços quanto a dignidade dos catadores cooperados a partir de vendas que não aconteciam antes da criação da Catanorte, o que já representa inovação social.
ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais. Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2016. Disponível em: . Acesso em: 18 jun. 2018. BRASIL. Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Disponível em: . Acesso em: 18 jun. 2018. CAJAIBA-SANTANA, G. Social innovation: Moving the field forward. A conceptual framework. Technological Forecasting & Social Change, 82 (2014) 42–51, 2014.