Resumo

Título do Artigo

CONSTRUÇÃO E OPERAÇÃO DE COMPOSTEIRAS EM PEQUENA ESCALA: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR.
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Tema

Educação e sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Jacqueline Rogéria Bringhenti
INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - IFES - Responsável pela submissão

Reumo

O uso de composteiras em residências apresenta viabilidade principalmente quando ocorre a geração contínua de resíduos orgânicos nestes ambientes. O uso da técnica demanda dedicação e algum conhecimento básico, o que pode levar a descontinuidades da prática por usuários que não estejam devidamente esclarecidos e motivados. As universidades, como instituições de ensino e pesquisa e formadoras de recursos humanos, possuem um importante papel social na difusão de tais práticas sustentáveis.
Constata-se a resistência inicial da população em geral quanto a adoção de rotinas relacionadas ao manejo dos resíduos orgânicos em ambientes domésticos, visto como algo não prazeroso, sendo necessário criar medidas e tecnologias que propiciem maior difusão desta prática. O estudo relata a experiência da realização de atividades práticas continuadas, junto a alunos de graduação em engenharia sanitária e ambiental, com objetivo de propiciar vivência prática individual e coletiva em relação a esta técnica de tratamento, embasar as discussões em sala de aula e difundir o seu uso.
Diante das diretrizes definidas Política Nacional de Resíduos Sólidos brasileira, a mera disposição final dos resíduos em aterros sanitários não é mais suficiente. Dentro do contexto ambiental local e global atual, a compostagem em pequena escala é uma tecnologia simples a ser considerada na gestão de resíduos sólidos nos centros urbanos, podendo também ser explorada como ferramenta de educação ambiental. Neste cenário o cidadão desempenha um papel fundamental para a minimização de resíduos. Cabe a ele a decisão de realizar, ou não, a sua separação e encaminhamento a uma solução sustentável.
A atividade tem sido desenvolvida como parte disciplina de resíduos sólidos desde 2013. O professor realiza a sensibilização geral sobre o tema e apresenta a proposta a turma para discussão. Os alunos são orientados a desenvolver o trabalho segundo as etapas: planejamento (E1); construção e operação da composteira (E2); e monitoramento de resultados com discussão (E3). O aluno deve construir equipamento para compostagem na própria residência, operar e monitorar pelo período mínimo de 90 dias, e aplicar os conhecimentos adquiridos no desenvolvimento da disciplina.
As informações colhidas no período de 2013 a 2019, permitiram identificar materiais e características operacionais das composteiras construídas e operadas pelos futuros engenheiros sanitários e ambientais avaliados, bem como os aspectos que interferem no seu uso e operação, como contribuição para o planejamento de ações e projetos relacionados a compostagem descentralizada. O cáculo do potencial de desvio de orgânicos do aterro sanitário, em massa, relacionado ao uso da composteira despertou interesse dos estudantes.
A construção e uso de composteiras domésticas propiciou aos estudantes a experiência de lidar com a questão dos resíduos em residências, além de contextualizar os estudos acadêmicos sobre o tema, enriquecendo a sua formação. A estratégia de sensibilização dos futuros engenheiros mostrou-se adequada e eficiente representando uma contribuição para o cumprimento das atuais exigências da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) que impõe uma hierarquia de resíduos cujo objetivo é minimizar a geração e valorizá-los ao máximo, só permitindo disposição no solo dos rejeitos.
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