Resumo

Título do Artigo

DESAFIOS NA RELAÇÃO ENTRE INVESTIDORES E EMPRESAS NO BRASIL NO ECOSSISTEMA DE NEGÓCIOS DE IMPACTO
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Tema

Finanças sustentáveis, economia e contabilidade

Autores

Nome
1 - Pedro Henrique Telles Barros
COPPEAD - Universidade Federal do Rio de Janeiro - COPPEAD
2 - Celso Funcia Lemme
Universidade Federal do Rio de Janeiro - Responsável pela submissão

Reumo

A Organização das Nações Unidas (ONU) desenvolveu métricas que pautam o desenvolvimento sustentável, criando diretrizes que guiam os esforços feitos globalmente. Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) contam com 169 metas, que cobrem temas como erradicação da pobreza, redução das desigualdades e energia limpa, visando pautar os avanços por quesitos claros e bem definidos que integram a agenda para 2030. A ONU estima que a realização da agenda 2030 terá custo anual de 4 trilhões de dólares, valor que dificilmente será honrado apenas por governos (Fukayama, 2019).
O objetivo da pesquisa foi examinar a relação entre investidores que consideram o impacto socioambiental e empreendedores de negócios de impacto no Brasil, além de identificar oportunidades de melhoria nessa relação.
Considerando especificamente o ambiente brasileiro, Comini (2016), Anastacio (2018) e Barki (2012) apresentam como ponto comum de caracterização de negócios de impacto as organizações que representam o setor 2,5 da nossa economia, com a junção de características do terceiro setor e do segundo setor, este representando o mercado e a busca pelo lucro. Assim, de forma resumida, negócios de impacto no setor 2,5 são organizações que buscam resolver problemas socioambientais através de atividades que geram lucro.
Foi utilizada a base de dados da Pipe Social, que cedeu recortes dos dados brutos obtidos no seu processo de mapeamento de negócios de impacto no Brasil. A Pipe Social foi responsável por dois mapeamentos com abrangência nacional, que contaram com mais de 40 organizações parceiras. Ela se posiciona como uma plataforma-vitrine, que conecta empreendedores com investidores e fomenta o ecossistema de negócios de impacto no Brasil. A obtenção dos dados brutos é feita através de vitrine virtual com chamada aberta para preenchimento online voluntário por parte dos empreendedores.
Considerando variáveis como faturamento, tipo de registro formal e fase em que o negócio em que se encontra, temos informações que ajudam a empresa a entender o estágio de maturidade e de crescimento, contribuindo para a escolha dos modelos de investimento mais adequados. Quando observamos a importância de processos de aceleração ou incubação, os critérios que possibilitem a mensuração do impacto gerado e a sinalização desse impacto para suas partes interessadas, falamos sobre decisões que, independentemente do modelo de negócio escolhido, podem melhorar suas chances de captar investimento.
Para os empreendedores, a primeira análise relevante é que todas as características estudadas se mostraram importantes no resultado do investimento, mostrando que novos negócios devem levar todas em consideração, se pretendem conseguir investimento para seu negócio. Quando olhamos para os investidores, existem diversos pontos que já são levados em consideração e a sugestão é que continuem, como, por exemplo, o fato de que critérios de organização e estruturação da empresa estão próximos das variáveis que detalham a decisão de investir.
Abouzahr, K., Taplett, F., Krentz, M., & Harthorne, J. (2018). WHY WOMEN-OWNED STARTUPS ARE A BETTER BET. Anastacio, M. R., Cruz, P. R. A., & Marins, J. (2018). Empreendedorismo Social e Inovação Social no Contexto Brasileiro: PUC-PR e Instituto Legado. Barki, E. (2012). Negócios com Impacto Social no Brasil: Editora Petrópolis. Battilana, J. (2018). M@n@gement, 21(4), 1278-1305. doi:10.3917/mana.214.1278 Battilana, J., & Lee, M. (2014). Advancing Research on Hybrid Organizing – Insights from the Study of Social Enterprises. The Academy of Management Annals, 8(1), 397-441.