Comunicação, Indicadores e Modelos de Mensuração da Sustentabilidade
Autores
Nome
1 - Jéssica Alves da Motta Universidade Federal do Pampa - UNIPAMPA - Campus Santana do Livramento
Responsável pela submissão
2 - Beatriz Scapin Universidade Federal do Pampa - UNIPAMPA - Campus Santana do Livramento
3 - Ricardo Ribeiro Alves Universidade Federal do Pampa - UNIPAMPA - Campus São Gabriel
Reumo
A partir da década de noventa as empresas passaram a incorporar a vertente socioambiental em suas estratégias. A sustentabilidade que antes era vista como ônus tornou-se uma vantagem competitiva a médio e longo prazo (DONAIRE, 2006).
A demanda de investidores por aplicações em empresas que, além de rentáveis, tenham responsabilidade socioambiental cresceu, e nesse sentido, o Brasil criou, em 2005, o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), indicador composto por ações emitidas por empresas que apresentam comprometimento com a responsabilidade socioambiental (GOMES JR; GOMES, 2010).
Não existe um consenso a respeito das vantagens de se investir em empresas sustentáveis. Assim surge o seguinte problema: Há diferença no desempenho da carteira de ações que compõe o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) quando comparado às demais carteiras da Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA)? Portanto, tem como objetivo: Investigar se há diferença no desempenho da carteira de ações que compõe o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) quando comparado às demais carteiras da Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA), no período de 2014 a 2019.
O sucesso de uma empresa passou a ser avaliado para além das medidas financeiras tradicionais, considerando também sua responsabilidade social e seu desempenho ambiental (DONAIRE, 2006; BARBIERI; CAJAZEIRA, 2009). A demanda crescente de investidores por aplicações em empresas que, além de rentáveis, tenham responsabilidade socioambiental, é prova disto. A procura por investimentos socialmente responsáveis foi tão grande nos últimos anos que fez surgir diferentes índices para identificar as empresas que incorporam a sustentabilidade em suas práticas (BOVESPA, 2006).
A pesquisa caracteriza-se como quantitativa e descritivo longitudinal realizada por meio do teste de hipóteses paramétrico de Análise de Variância – (ANOVA), adotando um nível de significância de 5%. Para tal, foram coletados dados históricos de dez índices negociados na Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA), considerando as variações nas cotações mensais compreendendo o período de dezembro de 2014 a dezembro de 2019, totalizando 61 observações em cada índice.
Como principais resultados identificaram-se que não há diferenças significativas entre as médias dos dez índices, no período em estudo. Ou seja, não existe diferença entre as médias de rentabilidade, com 95% de confiança.
Conclui-se que os investimentos socialmente responsáveis feitos na carteira do ISE apresentam retornos semelhantes aos retornos adquiridos através de outros índices negociados na BOVESPA no período estudado.
BARBIERI, J. C.; CAJAZEIRA, J. E. R. Responsabilidade social empresarial e empresa sustentável: da teoria à prática. São Paulo, Editora Saraiva, 2012.
MAIA, V. M.; CARVALHO, F. P.; KLOTZLE, M. C.; PINTO, A. C. F.; MOTTA, L. F. J. Fazer parte do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) implica em maior rentabilidade? Revista finanças aplicada, v. 8, n. 1, 2017.
BORN, K. H. S.; SILVA, W.; NOGAS, P. S. M. Sustentabilidade e responsabilidade social: análise do desempenho do índice de sustentabilidade empresarial. Perspectivas Contemporâneas, v. 5, n. 2, p. 157-177, 2010.