Resumo

Empregada na mitigação dos impactos negativos e ampliação dos benefícios dos grandes projetos a Avaliação de Impacto Social (AIS) é definida como o processo de identificar, antecipadamente, as consequências de um projeto de intervenção, priorizando as percepções de impacto da comunidade afetada. AIS é tratada por Franks e Vanclay (2013) no sentido das inovações por ela trazidas em políticas corporativas e públicas. Segundo Moulaert e Nussbaumer (2005), a inovação social (IS) tem assumido protagonismo nas discussões em torno ao desenvolvimento territorial. Metodologia: revisão sistemática

A relação a IS e a AIS demostram ter com o desenvolvimento local compõe o panorama geral da pesquisa, que se baseia em outros 4 pontos: potencial da AIS ser uma metodologia capaz de facilitar um efetivo desenvolvimento local; a aproximação, ainda pouco explorada, entre a AIS e o conceito de inovação; produção científica em ascensão sobre IS e desenvolvimento local; produção científica ainda emergente específica sobre AIS e desenvolvimento local. O objetivo é identificar aspectos em comum que emergem da análise da literatura referente à AIS e IS em contextos de desenvolvimento territorial.

Desenvolvimento local: além dos financeiros é preciso considerar aspectos geofísicos, sociais, conhecimento, aprendizagem, evolução e cultura na criação de um território próspero. AIS: abordagem social dos riscos priorizando a percepção da comunidade local. Impactos não são definidos de maneira top-down e buscam o protagonismo da comunidade. IS: deve resultar em soluções novas, duradouras e no bem-estar da comunidade, contando com a participação e cooperação dos atores envolvidos. Inovação nas relações sociais de governança e satisfação das necessidades básicas dos atores envolvidos.

A abordagem escolhida para atender o objetivo de identificar aspectos em comum que emergem da análise da literatura referente à AIS e IS em contextos de desenvolvimento local foi a revisão sistemática da literatura. Buscando atender um claro e transparente protocolo de pesquisa seguiu-se parâmetros para seleção e análise dos artigos selecionados no que se refere a base de dados; período pesquisado; terminologia dos termos buscados; e critérios de inclusão e exclusão dos artigos que compuseram a análise final.

Análise resultou em importantes pontos de intersecção entre a produção científica de AIS e IS: organizados em condições: nas condições o processo participativo (a); incorporação de diferentes percepções e perspectivas (b); e profundidade conhecimento sobre o território (c). As condições são responsáveis por possíveis resultados nos territórios. Aqui definidos como potencialidades salienta-se o empoderamento (d); autoconhecimento (e); e resistência (f) da comunidade local; e o desenvolvimento de projetos estruturantes, adequados a atender as demandas do território (g).

Buscou-se contribuir para o avanço do campo de pesquisa da AIS ao relacionar sua base teórica à da Inovação Social (teórica). Ao relacionar os conceitos de AIS e Inovação Social é possível contribuir para expansão do campo de pesquisa de ambos os temas (teórica). Colaborar para adoção da AIS pelas empresas ao identificá-la como Inovação Social, termos mais conhecido e valorizado pelo mercado (gerencial). Como consequência da expansão da adoção da AIS haverá melhor gestão dos impactos sociais e desenvolvimento territorial em áreas de grandes projetos industriais.

Aledo & Dominguéz-Gómez (2018); Anderson (2012); Bernardino & Santos (2017); Bignetti (2011); Dax et al., (2016); Estensoro (2015); Esteves (2008); Franks & Vanclay (2013); Gobattoni et al., (2015); Hervieux e Voltan (2019); Klein et al., (2010); Lipták, 2019; Imperiale & Vanclay (2016); Moulaert & Nussbaumer (2005); Orria & Luise (2017); Piccarozzi (2017); Ruiz-Real, Uribe-Toril, Valenciano & Manso (2019);Slootweg; Vanclay & van Schooten (2003)