Resumo

Título do Artigo

(RE)INSERÇÃO DO EGRESSO DO SISTEMA PRISIONAL NO MERCADO DE TRABALHO SOB A LENTE DA CONFIANÇA: no caminho da (re)integração social
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Tema

Gestão de Pessoas e Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Edu Corsi Junior
Universidade Presbiteriana Mackenzie - Higienópolis Responsável pela submissão

Reumo

Estima-se que 11 milhões de pessoas estejam reclusas em prisões mundo. No Brasil, o modelo de prisão alimenta violências que se projetam pela sociedade e promove a reincidência. O trabalho e a capacitação são ferramentas importantes para a reintegração do egresso. Empresas precisam entender que governo e ONGs não conseguirão solucionar os desafios de nosso tempo sozinhos. Precisam promover a confiança entre contratante e egresso. Os estudos sobre confiança envolvem vulnerabilidade, risco, integridade, habilidade e empatia. A pesquisa estuda como se desenvolve a relação de confiança entre ambos
Problema: Como se desenvolve a relação de confiança interpessoal nas interações entre o contratante e o egresso do sistema prisional no ambiente de trabalho? Assim, esta pesquisa tem como Objetivo investigar como o contratante e o egresso do sistema prisional inserido no mercado de trabalho vivenciam a relação de confiança.
Exclusão. A exclusão pode ser interpretada como a falta de entendimento e comprometimento com o sofrimento do outro. Reintegração social. O egresso será reintegrado se tiver trabalho lícito, teto e afeto. O treinamento é fundamental. As empresas têm o dever social de dar oportunidade ao egresso. Confiança. Para Mayer et al. (1995) confiança é a disposição do confiante de estar vulnerável às ações de outra parte, acreditando que a outra parte irá realizar uma ação para a primeira, independente do monitoramento da outra parte. A confiança é importante para a conquista e manutenção do trabalho.
A pesquisa adota o paradigma interpretativista, que prevê que a interação entre o pesquisador e o fenômeno a ser estudado deve ser intensa e determinante para o resultado da pesquisa. A abordagem escolhida foi a qualitativa de cunho exploratório. A técnica de coleta de dados utilizada foi a observação participante, que consiste na inserção do pesquisador no ambiente onde ocorre o evento de pesquisa. O propósito foi examinar a relação entre o egresso do sistema prisional e seu contratante em uma empresa prestadora de serviços na cidade de SP. Utilizou-se templates para análise dos dados.
A dimensão habilidade aparece na relação interpessoal entre contratante e contratado egresso do sistema prisional. Apareceram pouca capacitação e a ideia de que egresso deve fazer aquilo que ninguém quer fazer. Integridade se destacou no estudo com o acréscimo de um elemento novo não presente no modelo de confiança estudado: referências pessoais. O contratante percebe integridade e, portanto, confiança em pessoas do mesmo grupo. Surgiram empatia e benevolência com o egresso, porém, vinculada a preconceito.
Treinamento e qualificação profissional são fundamentais para que o egresso deixe de ser visto como alguém capaz apenas de realizar tarefas de baixo nível. As empresas devem estar conscientes de sua responsabilidade de fomentar uma parceria com governos e egressos para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva. A sociedade deve perceber que, mais do que reinserir, ela tem que reintegrar o egresso. Como contribuição prática, fica evidente que é necessário maior engajamento de governos e sociedade civil em dois pontos básicos: capacitação e preconceito.
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