Resumo

Título do Artigo

ECONOMIA COMPARTILHADA E INOVAÇÃO SOCIAL: APROXIMAÇÕES E AFASTAMENTOS
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Autores

Nome
1 - Lisilene Mello da Silveira
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) - Escola de Negócios
2 - Maira Petrini
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) - Programa de Pós-Graduação em Administração - Escola de Negócios
3 - ANA CLARA APARECIDA ALVES DE SOUZA
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) - Escola de Negócios Responsável pela submissão

Reumo

A crescente desigualdade social que afeta inúmeras pessoas em todo o mundo exige uma busca constante de alternativas que possam gerar mudanças nessa realidade. Nesse cenário internacional, no qual há aumento das taxas de pobreza, pesquisadores têm investigado diferentes teorias que procuram conciliar as práticas de gestão e a busca por soluções inovadoras de mudança social (AGOSTINI; MARQUES; BOSSLE, 2017). Ocorrem, nesse contexto, discussões em torno da possível relação entre Inovação Social (IS) e da economia compartilhada (EC).
A literatura aponta interseções entre IS e EC em uma abordagem conceitual, mas pouco se sabe sobre como as práticas da economia compartilhada promovem (ou não) inovação social. Isso posto, a questão de pesquisa a que este estudo busca responder é: Como as práticas em um contexto de economia compartilhada se aproximam (ou afastam) da inovação social?
A fundamentação teórica da pesquisa foca na compreensão dos conceitos de Inovação Social e Economia Compartilhada, abordando os diversos esforços presentes na literatura sobre essas abordagens. Para fins de discussão sobre aproximação e afastamento entre IS e EC, no caso analisado, são adotados nesta pesquisa e apresentados, também na fundamentação teórica, alguns elementos da Teoria Ator-Rede (TAR): relação e translação; práticas; controvérsias.
Como caso de estudo foi analisado o Banco do Tempo (BdT) de Garopaba. A TAR foi adotada nessa pesquisa como base teórico-metodológica. Entre as fontes de coleta de dados destaca-se a realização de 211 entrevistas, 55 horas de observação e análise documental, que contemplou mais de 11.000 publicações da rede social do grupo, além de arquivos e fotografias. Ainda, dados complementares foram coletados no Banco de Tempo Santa Maria da Feira, em Portugal, o qual inspirou a criação do grupo estudado no Brasil. Para facilitar a coleta desses dados, foi utilizado o programa “NCapture for Nvivo".
Como resultados, foram identificados conjuntos iniciais de aproximações e afastamentos existentes entre as práticas de EC e IS. Além disso, a pesquisa propõe práticas que têm por finalidade minimizar os pontos de afastamentos entre inovação social e economia compartilhada para o caso estudado. O estudo apontou ainda que a inovação social ocorre na economia compartilhada sob a análise das seguintes dimensões: transformação, caráter inovador, inovação, atores e processos, sendo a última enfatizada sob as práticas e controvérsias encontradas no campo.
Considerar a Teoria Ator-Rede como base teórico-metodológica nessa pesquisa, é a primeira contribuição deste estudo. Outra contribuição que se deu foi a identificação dos actantes envolvidos no processo de um BdT. A análise das translações ocorridas na rede, a partir da discussão de práticas, foi outra contribuição. O estudo possibilitou a identificação das práticas centrais do banco de tempo. Também contribuiu-se com a identificação das controvérsias centrais presentes no BdT, as quais foram transladadas ao longo das atividades do grupo.
AVELINO, Flor et al. Transformative social innovation and (dis) empowerment. Technological Forecasting and Social Change, p.1-12. 2017. CRESWELL, John W. Investigação Qualitativa e Projeto de Pesquisa-: Escolhendo entre Cinco Abordagens. Penso Editora, 2014. LATOUR, Bruno. On actor-network theory: A few clarifications. Página Eletrônica do Centre for Social Theory and Technology (CSTT), Keele University, UK, 1997. SCHOR, Juliet B. Debating the Sharing Economy. Journal of Self-Governance & Management Economics, v. 4, n. 3, 2014.