Resumo

O Desenvolvimento sustentável é um processo perene de mudança social progressiva. No que tange ao setor de energia, as transições para um futuro de baixo carbono não são apenas técnicas e econômicas, mas também profundamente sociais. O futuro demanda mercados resilientes, de baixo custo e energia renovável de fácil acesso. Cada vez mais cresce o interesse por escolher organizações, negociar e rastrear o que está acontecendo no campo da energia.Neste contexto, a Teoria dos Stakeholders serviria de base para a compreensão de transições sociotécnicas visando à sustentabilidade.

Problemas ambientais atuais, tais como mudanças climáticas, perda de biodiversidade e esgotamento de recursos (água potável, combustíveis fósseis, alimentos, florestas etc.) trazem em si desafios sociais .O setor de energia está se adaptando em todo o mundo, a fim de atender aos desafios do desenvolvimento sustentável. É necessária a mais alta eficiência na geração para garantir um fornecimento econômico e sustentável. Este artigo propõe o desenvolvimento de um framework conceitual para aproximar a Teoria dos Stakeholders do debate sobre transição energética em direção à sustentabilidade.

Regimes sociotécnicos são dependentes da trajetória, com fortes influências históricas e institucionais. Esses elementos são reproduzidos, mantidos e transformados por atores como firmas e indústrias, formuladores de políticas públicas, políticos, consumidores, sociedade civil, engenheiros e pesquisadores. As partes interessadas, compreendidas como capazes de influenciar objetivos organizacionais. Os espaços de participação de várias partes interessadas podem ser analisados em relação às funções que cumprem. Categorias podem ser analisadas a partir dos atributos poder, legitimidade e urgência.

Realizou-se pesquisa bibliográfica em bases de dados científicas, quais sejam, Scopus, ISI, AOM e Science Direct, integrando artigos seminais extraídos das referências destes resultantes da busca, a fim de embasar as reflexões teóricas.

A partir do diagrama de Mitchell, Angle e Wood (1997), os autores pressupõem que a relevância das partes interessadas será baixa, onde apenas um dos atributos - poder, legitimidade e urgência - é percebido. A importância será moderada quando dois atributos forem percebidos pelos gestores. E será alta, por sua vez, quando os três atributos estiverem presentes. Considerando que a literatura teria uma tendência a focar numa das partes interessadas, negligenciando outras, para facilitar uma visão de valor dos diversos stakeholders, apresenta-se uma ferramenta com cinco círculos concêntricos.

O objetivo foi atingido a partir do diálogo da literatura acadêmica sobre stakeholders e a problemática em análise. Na seara da pesquisa qualitativa, destaca-se que o estudo das relações com as partes interessadas pode se beneficiar significativamente da análise de casos, aptos a fornecer detalhes da dinâmica presente em uma situação. Assim, recomenda-se o aprofundamento da pesquisa sobre transições energéticas no contexto brasileiro, com um panorama do papel dos stakeholders no processo de transição para modelos energéticos mais sustentáveis, bem como aplicação de novas tecnologias.

BURCH, Sarah. Transforming barriers into enablers of action on climate change: Insights from three municipal case studies in British Columbia, Canada. Global Environmental Change, v. 20, n. 2, p. 287-297, 2010. CARROLI, Linda. Planning roles in infrastructure system transitions: A review of research bridging socio-technical transitions and planning. Environmental Innovation and Societal Transitions, [s.l.], v. 29, p. 81-89, dez. 2018. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.eist.2018.06.001. CHANG, Rui-dong; ZUO, Jian; ZHAO, Zhen-yu; ZILLANTE, George; GAN, Xiao-long; SOEBARTO, Veronica. [...]