Resumo

A partir do momento que a Organização Mundial de Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em 11 de maio de 2020, declararam pandemia ao surto da COVID-19 causada pelo novo coronavírus, o mundo entrou em alerta, dado ao elevado grau de contaminação da doença (OPAS, 2020). Os impactos do COVID-19 na economia global somente se assemelham a pandemia “gripe espanhola”, ocorrida em 1918 que infectou cerca de 500 milhões de pessoas e a crise de 1929 que levou a quebra da bolsa de Nova York, provocando uma recessão sem precedentes e devastando inúmeras empresas (GARCIA et al., 2020).

Em todo o mundo as organizações procuraram se preparar e gerenciar os impactos da pandemia a fim de evitar o contágio de seus empregados e proteger os clientes. No Brasil, os primeiros casos datam de 25 de fevereiro de 2020 (DONG; DU; GARDNER, 2020). No estado brasileiro do Amazonas, o primeiro caso foi detectado em 14 de março de 2020 (CIEVS/ASTEC-SASS/FVS-AM., 2020). Frente a esse contexto, realizou-se uma pesquisa com o objetivo de identificar as estratégias de enfrentamento ao novo coronavírus numa empresa estatal de TIC no estado do Amazonas.

A palavra crise pode trazer uma série de entendimento, mas é possível aceitar como um evento inesperado e que causa um grande impacto negativo em ambiente de forma generalizada. Nesta linha, trazendo para o contexto organizacional, segundo Bundy et al. (2017), crise organizacional é um fato real com um grau de incerteza elevado para se identificar, avaliar e calcular suas consequências, a exemplo da COVID-19, somado com chances de provocar ameaças sem precedentes para o cumprimento de metas e objetivos da instituição, além de provocar assimetria com os interesses das partes interessadas.

Esta pesquisa possui caráter descritivo (COLLIS; HUSSEY, 2014), pois busca descrever o papel da Governança Corporativa por meio das estratégias de enfrentamento do novo coronavírus e o plano de retorno pós-pandemia numa empresa estatal de TIC na Amazônia. Quanto ao método adotado, fez-se uso da abordagem qualitativa, em que se coletou dados descritivos, que posteriormente foram interpretados de acordo com a visão dos próprios participantes envolvidos no evento pesquisado (GODOY, 1995), que fora viabilizada por meio de pesquisa do tipo documental e entrevistas.

Os resultados possibilitaram averiguar que, a Alta Direção implantou o Comitê de Risco constituído de Gerentes, Assessores, Serviço Social, Presidente da CIPA e Representantes dos Empregados, com o objetivo de continuidade da gestão estratégica, ações contra a pandemia e continuidade dos serviços da empresa. Elegeu a Comissão de Segurança e Saúde para o retorno gradual das atividades na empresa. E o Diretor-Presidente da Empresa XYZ juntamente com a GEINC, implantaram o trabalho em home office para todos os funcionários que faziam parte do grupo de risco.

Portanto, concluí-se que as estratégias de enfrentamento do novo coronavírus adotadas pela empresa estatal de TIC no estado do Amazonas foram: respostas rápidas e eficientes com a criação de um comitê de risco; a seleção de um canal de comunicação; a adoção de plano e regras de mitigação de risco de contágio; a inovação no modelo de trabalho - home office; e a visão de sustentabilidade empresarial.

BRIDGES, S.; HARRISON, J. Employee Perceptions Of Stakeholder Focus And Commitment To The Organization. Journal of Managerial Issues, 15(4), 498-509, 2003. Retrieved July 10, 2020, from www.jstor.org/stable/40604448. DONG, E.; DU H.; GARDNER, L. An interactive web-based dashboard to track COVID-19 in real time. The Lancet. Infectious diseases, v. 3099, n. 20, p. 19–20, 2020. GAO, Xiang; YU, Jianxing. Public governance mechanism in the prevention and control of the COVID-19: information, decision-making and execution. Journal of Chinese Governance, v. 5, n. 2, p. 178-197, 2020.