Resumo

Título do Artigo

DESPERDÍCIO ALIMENTAR EM RESIDÊNCIAS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: ALTERNATIVAS PARA REDUÇÃO
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Tema

Estratégia para a Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Larissa de Oliveira Aragão
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro - IFRJ - Campus Rio de Janeiro Responsável pela submissão
2 - Lilian Bechara Elabras Veiga
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro - IFRJ - Coordenação de Gestão Ambiental
3 - Simone Lorena Quiterio de Souza
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro - IFRJ -

Reumo

Enquanto milhões de pessoas são atingidas pela fome, aproximadamente um terço de todo o alimento produzido é desperdiçado ou se perde ao longo da cadeia de suprimento de alimentos, trazendo implicações ambientais, sociais e econômicas. O desperdício alimentar está inserido em um contexto de crescimento populacional, escassez de recursos naturais e mudanças climáticas. Portanto, a redução do desperdício alimentar está em consonância com a Agenda 2030 e seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. No entanto, o atual cenário mundial e brasileiro nesse sentido é alarmante (Porpino et al., 2018)
A falta de conhecimento sobre as circunstâncias para a ocorrência do desperdício de alimentos e de possíveis soluções para o problema como uma das principais justificativas para o atual cenário global de desperdício (Hegnsholt et al., 2018). O objetivo desse estudo é identificar e discutir as circunstâncias envolvidas no desperdício alimentar entre famílias residentes no Estado do Rio de Janeiro, onde 17,8 % dos domicílios se encontram em situação de insegurança alimentar e nutricional (Rio de Janeiro, 2018).
Ao desperdício alimentar são atribuídos todos os impactos ambientais produzidos ao longo da cadeia de suprimentos, além da produção de resíduos orgânicos. A situação do Brasil quanto à disposição e tratamento dos resíduos é particularmente vulnerável. Com a degradação da matéria orgânica são formados gases de efeito estufa e chorume. Além disso, a necessidade de repor a quantidade de alimento desperdiçado produz todos os impactos ambientais da cadeia de suprimentos novamente, e sustenta modelos de produção intensiva e acelerada que desconsideram os efeitos no meio ambiente e na população.
O estudo foi realizado a partir de uma adaptação da metodologia aplicada ao Relatório Final de Desperdício de Alimentos (Porpino et al., 2018) e conduzido em três etapas: i) Observação de diferentes percepções acerca do tema desperdício alimentar em domicílio através de conversas informais com moradores do estado do Rio de Janeiro. ii) Pesquisa de opinião online que abordou pontos como hábitos de consumo, armazenagem e preparo dos alimentos, aproveitamento integral de alimentos etc. iii) Discussão dos resultados e alternativas para gestão dos principais fatores que influenciam o desperdício.
As principais causas constatadas para ocorrência do desperdício alimentar são comportamentais como falta de planejamento e preparo em abundância. Foi observado o interesse comum dos indivíduos em mudança de comportamentos para evitar o desperdício, precisando para isso de orientações práticas. Um adequado planejamento da compra e preparo dos alimentos, a correta conservação e armazenagem e aproveitamento integral dos alimentos podem reduzir significativamente o desperdício. Além disso, observou-se que famílias com maior sensibilidade às questões ambientais tendem a desperdiçar menos alimentos.
Estratégias para prevenção e redução do desperdício alimentar devem integrar esforços multidisciplinares. O fortalecimento da consciência ambiental dos indivíduos e o estabelecimento de uma clara relação desperdício alimentar-meio ambiente podem contribuir para a redução do desperdício. Por fim, um recente incremento em discussões sobre o desperdício alimentar contribui para o seu seu enfrentamento e consequentemente o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Hegnsholt, E., Unnikrishnan, S., Pollmann-Larsen, M., Askelsdottir, B., & Gerard, M. (2018). Tackling the 1.6-billion-ton food loss and waste crisis. The Boston Consulting Group. Porpino, G., Lourenc?o, C. E., Arau?jo, C. M., & Bastos, A. (2018). Intercâmbio Brasil–União Europeia sobre desperdício de alimentos. Relatório final de pesquisa, Dia?logos Setoriais Unia?o Europeia–Brasil. Rio de Janeiro. Governo do estado. I Plano Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável do Estado do Rio de Janeiro (MINUTA para Consulta Pública). 2018.