Resumo

Em tempos de constante mudanças e incertezas uma maneira para as empresas se prepararem para possíveis problemas é organizando estrategicamente seus procedimentos, blindando-se de eventuais riscos e do, mesmo modo, inovando em seus produtos e processos com intuito de manterem ou ampliarem seus resultados positivos e posição estabelecida no mercado. Desse cenário de instabilidade há a necessidade de adaptação, pensamentos e formas de agir inovadoras e alterações nos negócios considerados habituais para aprimoramento das organizações e manutenção da competitividade.

O artigo busca avaliar, principalmente, no âmbito de gestão de riscos relacionado a inovação radical de produtos e processos organizacionais, quais são os fatores de influência do gerenciamento de riscos dentro da inovação, se existem fatores da gestão de riscos positivos, neutro e negativos. Verificando hipóteses se a gestão de riscos, por exemplo, pode tonar os processos inflexíveis, dificultando a inovação de produtos e novos processos ou auxiliar na identificação de riscos ligados à inovação, quando há sinergia.

Para análise bibliográfica foi realizada uma revisão sistemática com o intuito de capturar os principais artigos e trabalhos acadêmicos publicados por revistas e universidade conceituados. Em algumas publicações foi possível observar uma ligação entre inovação e riscos, sendo que conforme a pesquisa realizada por Matta et al. (2015) ambientes inovativos estão suscetíveis a incertezas e devem estar mais preparados. Dentro deste cenário, a gestão de riscos é uma ferramenta bem estabelecida e conhecida e podem auxiliar as empresas à lidarem com as adversidades.

Para desenvolvimento do presente artigo empregou-se o método de análise sistemática de pesquisas relacionadas ao tema de estudo. Com base no referencial bibliográfica foi realizada a leitura dos artigos e selecionados artigos relevantes sobre os temas, conforme palavras-chave para embasamento teórico. Após a análise bibliográfica foi elaborado um questionário em formato “survey” com base nesta para envio à profissionais que atuam na área de inovação para verificação de qual a impressão deles sobre a influência da gestão de riscos na inovação e na sequência a análise dos dados obtidos.

Com base nas respostas obtidas e análises feitas é possível observar que a inovação radical traz riscos para a companhia, mas que, por sua vez, a gestão de riscos é considerada benéfica para a inovação, facilitando a inovação e dando mais segurança para a companhia a explorar inovações, porém alguns dos entrevistados discordaram desta opinião, mas foi possível verificar que com relação aos parâmetros de maturidade relacionada ao gerenciamento de riscos essas empresas que discordaram possuem baixo grau de maturidade na metodologia.

Conclui-se que: a) A gestão de riscos é uma metodologia que possibilita a análise e tratamento dos riscos e incertezas oriundos da inovação; b) Gestão de riscos necessita estar bem alinhada com as estratégias da companhia, para que os resultados sejam efetivos e não afete o desenvolvimento de inovações radicais estratégicas da empresa; c) O não alinhamento da gestão de riscos com as estratégias da organização pode impactar negativamente no desenvolvimento de novos produtos, características e melhoria de processos que têm potencial de serem benéficos para a empresa. d) Entre outros.

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR ISO 31010:2018 - Gestão de Riscos. 2018. PWC – PricewaterhouseCoopers. COSO – Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission. Gerenciamento de Riscos Coporativos – Estrutura Integrada, New York, 2017. MATTA, Eugenia da ; OLIVA, Fábio Lotti; VASCONCELLOS, Eduardo Pinheiro Gondim de. Identificação e Tratamento de Riscos no Lançamento de um Novo Produto no Mercado Aeroespacial. Sociedade, Contabilidade e Gestão, Rio de Janeiro, v. 10, n. 2, mai/aga. 2015. OLIVA, Fábio Lotti. A maturity model for enterprise risk management. International Journal of Production Economics, 173, 66–79. 2015.