Resumo

A sustentabilidade remete ao equilíbrio dos aspectos econômicos, sociais e ambientais, bem como a prioridade de assegurar os benefícios para as gerações futuras (PAZ; KIPPER, 2015). A sustentabilidade também é vista como o equilíbrio entre a qualidade de vida e a preservação dos recursos naturais para que ambos não sejam prejudicados (FEIL; SCHREIBER, 2017). Os indicadores de sustentabilidade auxiliam as entidades na análise e avaliação de aspectos que podem melhorar as ações e práticas de gestão dos recursos em relação as dimensões econômica, social e ambiental (BINI et al., 2018).

Os indicadores de sustentabilidade voltados para o meio rural permitem a análise das práticas econômicas, sociais e ambientais, bem como a identificação das externalidades das atividades (KRUGER; PETRI, 2018). A pesquisa tem por problemática: quais as externalidades da produção suinícola desenvolvida em propriedades rurais? Com o objetivo de identificar as externalidades da produção suinícola a partir do Sistema de Gestão de Avaliação da Sustentabilidade da Suinocultura -SIGEASS, considerando o ambiente e as especificidades de duas propriedades rurais.

Os indicadores de sustentabilidade voltados para o meio rural contribuem na análise e avaliação das atividades (HENNERICH et al., 2018). Ainda, permitem identificar os impactos nas dimensões econômica, ambiental e social (CAMARGO; ZANIN; WERNK, 2017). No desenvolvimento da produção suinícola uma das maiores preocupações são os dejetos produzidos pelos animais (LIZOT et al., 2017). O Sistema de Gestão e Avaliação da Sustentabilidade da Suinocultura (SIGEASS), avalia as externalidades positivas e negativas da produção suinícola e identifica aspectos de melhoria na busca pela sustentabilidade.

A coleta dos dados ocorreu por meio de entrevistas realizadas no ambiente de duas propriedades rurais (Xaxim e Seara-SC), com a aplicação do check list do modelo SIGEASS (KRUGER, 2017). A análise dos dados é apresentada a partir de 10 indicadores, observando as externalidades do Modelo SIGEASS, por meio de Quadros com o conjunto de 63 métricas de avaliação. Os dados utilizados na pesquisa se referem as práticas de produção suinícola, dados históricos do investimento da propriedade e média de receita e custos com a atividade de suinocultura do período 2018-2019, de ambas as entidades rurais.

Os resultados da aplicação do SIGEASS indicam que na propriedade rural de Seara as externalidades negativas se referem aos indicadores ambientais relacionados ao Solo, Energia e Ar/Efeito Estufa. Os aspectos relacionados aos indicadores sociais, identificou-se que o capital humano também possui fragilidades. Na propriedade rural de Xaxim foi possível observar como externalidades negativas os indicadores ambientais relacionados a Água, Ar/ Efeito Estufa e Energia. Já como externalidades positivas observou-se os indicadores econômico-financeiros, além do capital humano e interação social.

A aplicação do SIGEASS nas duas propriedades rurais permitiu a identificação das externalidades positivas e negativas da produção suinícola. Observou-se que as externalidades positivas remetem aos indicadores da dimensão econômico-financeira, enquanto as dimensões ambiental e social, apresentam maiores fragilidades e necessitam de implementação de melhores práticas de produção, visando o equilíbrio sustentável. Os resultados evidenciam a importância da análise dos indicadores de sustentabilidade, visando minimizar as externalidades negativas do desenvolvimento da produção suinícola.

LIZOT, M.; GARIBALDI, D.; KRUGER, S. D.; PETRI, S. M.; DRAHEIN, A. D. Sustentabilidade em granjas suinícolas da região de São Lourenço do Oeste-SC. Gestão e Desenvolvimento em Revista, Francisco Beltrão, v. 4, n. 2, p. 117-132, jul./dez. 2018. KRUGER, S. D.; PETRI, S. M. Avaliação da sustentabilidade da produção suinícola sob enfoque das externalidades. Revista Universo Contábil, v. 14, n. 2, p. 137-161, 2018. PAZ, F. J.; KIPPER, L. M. Sustentabilidade nas organizações: vantagens e desafios. Gestão da Produção, Operações e Sistemas, v. 11, n. 2, p. 85-102, 2016.