Resumo

A sociedade contemporânea, denominada por Bauman, como sociedade líquido-moderna, possui como principal característica o desapego aos padrões existentes, o rompimento das estruturas sólidas, da estrutura fabril, dos empregos vitalícios e dos relacionamentos duradouros. Aliada à Modernidade Líquida, que em sua essência mais capitalista preza pelo consumo, a outra face da contemporaneidade clama por um consumo mais sustentável e consciente e, apesar de parecem forças antagônicas em um primeiro momento, Fontenelle (2017) as trata como opostas e ao mesmo tempo complementares.

O conhecimento das dimensões da modernidade líquida que estão atuando entre a comunicação aliada aos movimentos contemporâneos da sociedade, podem se tornar um fator importante para o conhecimento dos gestores no que diz respeito à efetividade da comunicação de RSC que está sendo realizada pelas organizações. A convergência dessas dimensões, direcionam a pergunta de pesquisa deste trabalho: Como a utilização da lente teórica da Modernidade Líquida melhora a compreensão da comunicação de Responsabilidade Social Corporativa nas comunidades virtuais?

Modernidade e Pós-Modernidade, Dimensões da Modernidade Líquida, Responsabilidade Social Corporativa, Modelo teórico da comunicação de RSC

Como corpus da pesquisa, foram coletadas informações dos rankings da Interbrand (2018) e do DJSI. A intersecção entre esses dois rankings, levou a algumas empresas e, a partir delas, identificou-se as hashtags mais utilizadas em relação a temas sustentáveis. De posse dessas hashtags, foi realizada uma codificação para que fossem identificadas as dimensões da Modernidade Líquida. Para tal, foi utilizada a codificação e categorização dos dados com o apoio da netnografia (FLICK, 2009).

Dimensões da modernidade líquida presentes na comunicação de RSC De acordo com a análise e categorização das postagens, as dimensões da modernidade líquida foram observadas em vários momentos com a realização da codificação na qual foram obtidas as dimensões nas conversas dos usuários das comunidades virtuais de RSC. Devido ao espaço condensado no formato de artigo, foi incluído um exemplo de cada dimensão identificada para fins de elucidação dos achados da pesquisa.

Como já estabelecido por Bauman, na modernidade líquida se nota cada vez menos o engajamento dos indivíduos, especialmente dentro das redes sociais. No entanto, é preciso comentar, no tocante ao tema do presente artigo, quando Bauman (2005, p. 51) diz que “o consumo e os estilos de vida são importantes para compreender a dinâmica entre o privado e o público, e entre o individual e o coletivo, embora alguns considerem o consumo como inerentemente solitário e privado”.

ALVESSON;DEETZ; Teoria crítica e abordagens pós-modernas para estudos organizacionais. 1998. ARAUJO, T.; KOLLAT, J. Communicating effectively about CSR on Twitter: The power of engaging strategies and storytelling elements. Internet Research, v. 28, n. 2, p. 419–431, 2018. BARDHI, F.; ECKHARDT, G. M. Liquid consumption. Journal of Consumer Research, v. 44, n. 3, p. 582–597, 2017. BARDHI, F.; ECKHARDT, G. M.; ARNOULD, E. J. Liquid Relationship to Possessions. Journal of Consumer Research, 2012. BAUMAN, Z. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2001. BAUMAN, Z. Comunidade. 2003.