Resumo

Título do Artigo

Sustentabilidade na Indústria de Seguros do Brasil
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Tema

Governança e Sustentabilidade em Organizações

Autores

Nome
1 - ELIZABETH BORELLI
CONSEJO LATINOAMERICANO DE CIENCIAS SOCIALES - CLACSO - PUC-SP Responsável pela submissão

Reumo

O objetivo deste trabalho é analisar a relação entre a percepção e a prática das questões ambientais e de governança corporativa das empresas de seguros no Brasil, no contexto da agenda global de sustentabilidade. Com base nas orientações dadas pelos Princípios para Sustentabilidade em Seguros, observa-se que o setor vem se mostrando sensível aos desafios globais, entre eles as mudanças climáticas e as alterações demográficas. O objetivo desta análise é avaliar se a operacionalização efetiva de um plano de ação ambiental, com base na matriz de materialidade, vem, de fato, ocorrendo.
A magnitude da indústria de seguros, com resultados que atestam seu desempenho, é essencial para compreender o seu papel no desenvolvimento sustentável. A atividade seguradora, responsável por cobrir os riscos inerentes ao patrimônio, às responsabilidades, à vida e à saúde, por prover a sociedade de produtos como alternativa para geração de benefícios de caráter previdenciário e por oferecer títulos de capitalização como oportunidade de inclusão financeira, se apresenta como grande geradora de empregos formais, destacando-se no financiamento da dívida pública e na arrecadação de tributos.
No Brasil, as inundações são os desastres naturais de maior impacto econômico, gerando perdas anuais superiores a um bilhão de dólares. Configura-se, assim, um quadro de extrema gravidade, com a necessidade de adoção de práticas sustentáveis em caráter de urgência, cabendo às seguradoras o papel de atenuar o efeito das catástrofes. Estas contam com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – Iniciativa Financeira, em nível global, para desenvolver os Princípios para Sustentabilidade em Seguros, influenciando práticas nas dimensões: ambiental, social e de governança.
O principal fator de sustentabilidade do setor de seguros é a preservação de seus fundamentos econômicos e técnicos. O objetivo a ser perseguido, tanto pelo aparelho regulador quanto pela gestão das empresas, deve ser o atendimento ao princípio básico do seguro, qual seja, a formação e manutenção de uma carteira de riscos resistente a volatilidades de mercado, mantendo-se a sinistralidade global da empresa e a solvência em níveis adequados. São esses atributos que assegurarão o cumprimento das obrigações das empresas do setor de seguros com os seus consumidores e acionistas.
Com o intuito de minimizar seus impactos no meio ambiente, empresas e setores se preocupam cada vez mais em emitir relatórios anuais de sustentabilidade, enquanto ferramenta usada pelas organizações para comunicar seu desempenho social, ambiental e econômico, assim como apresentar avanços e realizações ligados à preservação do meio ambiente. A utilização destes relatórios ocorre tanto para fins internos, aprimorando a gestão de suas operações, como para fins externos, uma vez que os clientes vêm exercendo cada vez mais pressão por empresas mais preocupadas com a preservação ambiental.
A pesquisa abrangeu os públicos envolvidos nos temas mais relevantes para o setor de seguros e o estágio atual da sua prática .O estudo comparativo de enquadramento das informações setoriais, dentro dos parâmetros estabelecidos pela Global Reporting Initiative, apresentou uma análise crítica sobre a relevância da padronização de relatórios de sustentabilidade, propiciando uma comparabilidade internacional do setor, e ainda, entre diferentes setores nacionais. A análise comparativa temporal apresentou uma visão prospectiva da indústria de seguros, com base em séries de indicadores próprios.