Resumo

As organizações se tornam sustentáveis à medida que além da visão de obtenção de ganho econômico, se preocupam com os impactos ambientais e sociais gerados pelas atividades que desenvolvem (Veber; Oliveira, Estivalete e Kneipp, 2016). De acordo com Kocollari (2015), a responsabilidade social corporativa posiciona as organizações perante seus stakeholders, exigindo conduta organizacional ética e transparente. As práticas de RSC são atitudes responsáveis praticadas pelas organizações perante seus stakeholders (internos e externos) (Blasi, Caporin, & Fontini, 2018).

Mensurar os impactos econômicos, sociais e ambientais para dar suporte às estratégias empresariais (Zanin et al., 2020), assim como alinhar os processos de forma sustentável, no intuito de criar soluções para a redução dos impactos gerados pelas atividades empresariais (Lopes, & Pacagnan, 2014), são perspectivas que norteiam a problemática desta pesquisa: Qual a eficiência de práticas de sustentabilidade das empresas industriais da região de Chapecó-SC. Com o objetivo de verificar a eficiência de práticas de sustentabilidade das empresas industriais da região de Chapecó-SC.

A sustentabilidade pode ser definida como uma abordagem que engloba questões econômicas, sociais e ambientais, em prol também das gerações futuras (Lange, Bush, & Delgado-Ceballos, 2012). Para Elkington (2015), o tripé da sustentabilidade que engloba os pilares econômico, social e ambiental. O sucesso de uma organização depende de como ela se relaciona com o meio em que está inserida e com seus stakeholders (Freeman, & Phillips, 2002). Discutir como atingir o desenvolvimento sustentável tornou-se relevante para traçar estratégias e colocar em prática a sustentabilidade (Veber et al.,2016).

A pesquisa caracteriza-se como descritiva, levantamento ou survey e de abordagem quantitativa, tendo como população indústrias do município de Chapecó, Santa Catarina. O questionário de pesquisa foi aplicado aos gestores (proprietários, sócios, gerentes ou responsáveis de unidades) de indústrias de Chapecó, por meio de um conjunto de questões fechadas e escala Likert de 5 pontos. Iniciou-se com um bloco de caracterização dos respondentes, posteriormente as perguntas foram divididas em três blocos: Dimensão Econômica (9 questões), Dimensão Social (8 questões) e Dimensão Ambiental (6 questões).

Os resultados das 63 empresas respondentes, demonstram que a dimensão econômico-financeira apresenta melhor eficiência das empresas nesta dimensão, com base na percepção dos respondentes. A dimensão ambiental apresentou dispersão nas respostas, evidenciando menor adoção de práticas ambientais pelas empresas da amostra, enquanto a dimensão social foi a dimensão com maior dispersão, evidenciando carência e maior fragilidades nas práticas adotadas pelas empresas da amostra.

Os achados evidenciam que as empresas pesquisadas têm se utilizado de práticas de sustentabilidade em seus processos, contudo não são amplamente utilizadas por todas as empresas. O ranqueamento permite identificar que as práticas de sustentabilidade não estão implementadas de forma equilibrada, observando-se as três dimensões da sustentabilidade. Nota-se que ainda falta um alinhamento estratégico do negócio com as dimensões da sustentabilidade, no intuito de evidenciar a eficiência do comprometimento das práticas empresariais com o desenvolvimento sustentável.

Blasi, S., Caporin, M., & Fontini, F. (2018). A multidimensional analysis of the relationship between corporate social responsibility and firms' economic performance. Ecological Economics, 147, 218-229. Lopes, V. N., & Pacagnan, M. N. (2014). Marketing verde e práticas socioambientais nas indústrias do Paraná. Revista de Administração, 49(1), 116-128. Veber, C., Lengler, L., De Oliveira, J. M., Estivalete, V. D. F. B., & Kneipp, J. M. (2016). A percepção dos gestores sobre as dimensões da sustentabilidade. Revista Sociais e Humanas, v. 29(03).