Resumo

Título do Artigo

INCUBADORAS UNIVERSITÁRIAS DE NEGÓCIOS DE IMPACTO SOCIAL (NIS)
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Tema

Empreendedorismo e Negócios de Impacto

Autores

Nome
1 - Ruth Espínola Soriano de Mello
Pontifícia Universidade Católica - PUC-Rio - Administração e Gestão Responsável pela submissão
2 - Ricardo Emmanuel Ismael de Carvalho
Pontifícia Universidade Católica - PUC-Rio - Departamento de Ciências Sociais
3 - ricardo ferreira de mello
Progr de Pós-Grad em Ciências Contábeis da UFRJ - PPGCC/UFRJ - DEI UFRJ

Reumo

Em novo ambiente socioprodutivo de inovação, os NIS têm se disseminado como organizações híbridas que não antagonizam o enfrentamento de problemas socioambientais com a implementação de modelos de negócios balizados por mecanismos de mercado. As incubadoras têm demonstrado relevância por reduzirem as chances de startups, inclusive NIS, serem encerradas nos primeiros anos de vida. Aborda-se as relações entre incubadoras universitárias e NIS, diferenças de atuação considerando as de natureza comunitária, pública e privada. Pesquisa de campo realizada em 2017 junto a gestores de 29 incubadoras.
Organizações inovadoras nascentes (startups) são, muitas vezes, auxiliadas por incubadoras empresariais de universidades as quais buscam apoiá-las nesta fase tida como a mais crítica à continuidade de suas atividades (ANPROTEC, 2016). Optou-se por definir categorias analíticas para diferenciar às que atuam com incubação de NIS de modo a comparar três tipologias de instituições de ensino superior conforme a natureza de suas mantenedoras – comunitárias, públicas e privadas – em que diversos atributos de desempenho organizacional e de seus programas de incubação foram abordados.
São inúmeras referências, inclusive às que tratam dos NIS como fenômeno que visa produzir inovações sociais no enfrentamento de problemas socioambientais e cuja conceituação os aproxima do campo do empreendedorismo social em fase pré-paradigmática com visões epistemológicas distintas (VOLKMANN et al., 2012; DACIN et al., 2010; DEES, 2001, HUYBRECHTS & NICHOLLS, 2012). Nos debruçamos também em temas como o processo evolutivo mundial das incubadoras, de seus programas de incubação e performance, lançando mão de referências como estas: BRASIL, 2012; ARAÚJO et al., 2013; GARCIA et al., 2015.
O universo das incubadoras pesquisadas da pesquisa de campo quantitativa seguiu enfoque multicritérios, visando às multissetoriais que tinham, em 2017, pelo menos dez anos existência, dois anos de atuação com NIS e tinham como mantenedoras entidades associadas a importantes universidades do Brasil. O campo foi realizado com questionário estruturado de 112 questões aplicado junto a 34 gestores que representavam 29 incubadoras universitárias do país, dos quais 26 respondidos via interlocução indireta (resposta remota à inquirição eletrônica assíncrona) e 8 respondidos presencialmente.
A hipótese foi validada para a maioria dos indicadores e parcialmente para alguns aspectos. Dentre as análises apuradas, observou-se que, para universidades comunitárias, há maior flexibilidade para ajustar processos de seleção e incubação, proporcionando que se trabalhe de forma mais assertiva com os NIS, cuja emergência do surgimento e expansão recebeu pronta aderência da maior parte dos atores desta tipologia. Também demonstraram ter o maior número de NIS, números absolutos e proporcionais; dentre outros fatores, como a maior facilidade de trabalhar e formalizar parcerias neste campo.
As incubadoras universitárias comunitárias demonstraram ter, em termos proporcionais e absolutos, mais maturidade institucional, agilidade e autonomia na execução de processos operacionais, gerenciais e estratégicos, considerando parâmetros tradicionais de desempenho de incubadoras e outros apurados na pesquisa de campo. Sua natureza híbrida, como também assim se configuram os próprios NIS, provê flexibilidade e complexidade organizacional necessárias para atender de forma mais assertiva e ágil às demandas das startups que se posicionam como NIS.
ANPROTEC. Histórico do setor de incubação de empresas. Brasília, 2016. ARAÚJO et al. Avaliação de empresas: estudo de empresa incubada. Recife, 2013. BRASIL. Incubadoras de empresas estimulam o empreendedorismo. Brasília, 28/07/2012. DACIN et al. Social entrepreneurship. The academy of management perspectives, 2010. DEES, G. J. The meaning of social entrepreneurship. Palo Alto, 2001. GARCIA et al. Reference center for business incubation. Denver, 2015. HUYBRECHTS & NICHOLLS. Social Entrepreneurship. Gabler: April 2012 VOLKMANN et al. Social entrepreneurship & social business. Wiesbaden: 2012