Resumo

As atividades culturais e criativas são vocações da sociedade brasileira e constituem um setor dinâmico da economia e da vida social do país. Elas apresentam elevado impacto sobre a geração de renda, emprego, exportação, valor agregado e arrecadação de impostos. Têm ainda uma influência crescente no dia a dia dos cidadãos, contribuindo decisivamente para a formação e a qualificação do capital humano e para o reforço de elos indenitários. São também importantes para o crescimento de outros setores e atividades, como turismo, tecnologia e telecomunicações.

A Indústria Cultural e Criativa está presente em diversos tipos e tamanhos de cidades com escalas diferentes de impacto econômico local. Sendo uma atividade, muitas vezes rentável, ela influencia de alguma forma o desenvolvimento socioeconômico das regiões avaliadas, gerando renda aos desenvolvedores, criadores, divulgadores e investidores. O presente artigo tem como objetivo analisar os fatores de influência socioeconômicos das atividades relacionadas com a Indústria Cultural e criativa no Brasil de forma geral, e mais especificamente em estados com grandes concentrações populacionais.

O conceito de economia criativa e seu estabelecimento como uma disciplina de estudo ganhou expressão e relevância a partir dos anos 2000. Economia criativa é o conjunto de atividades econômicas que dependem do conteúdo simbólico – nele incluído a criatividade como fator mais expressivo para a produção de bens e serviços, guardando estreita relação com aspectos econômicos, culturais e sociais que interagem com a tecnologia e propriedade intelectual (Oliveira et. al, 2013).

A pesquisa, de forma qualitativa, aborda, com base nos indicadores econômicos oficiais, quais são as principais atividades desenvolvidas na indústria denominada cultural e criativa nessas regiões e de que forma essas atividades impactam socioeconomicamente o desenvolvimento local, principalmente em fatores como PIB, Produto Interno Bruto e o IDH, Índice de Desenvolvimento Humano. Com base na pesquisa bibliográfica sobre os conceitos de Indústria Cultural e Indústria Criativa, dados sócios econômicos dos indicadores governamentais do Brasil e nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

Conforme os dados apresentados nos indicadores da FIRJAN e IPEA ao longo da última década, o tamanho da economia criativa no Brasil está em torno de 2,61 %, em 2017, ante a 2% do PIB brasileiro, em 2010. Quando se compara esta participação da economia criativa no PIB nacional com a observada em outros países, percebe-se que no Brasil a Indústria Criativa está evoluindo positivamente, porém continua num crescimento abaixo dos países onde ela expressiva, tais como Noruega, França e Inglaterra.

A Indústria Cultural e Criativa possui uma determinada influência econômica no Brasil, com base nos dados analisados da FIRJAN, SEADE e IBGE. Podem-se citar como exemplos, a diversidade cultural, a grande quantidade da economia do turismo, a indústria de serviços como TI criativa, além de trocas de experiências profissionais e culturais entre as pessoas, entre as diferentes regiões do país e também a relação com dos indivíduos com outros países nos setores, sobretudo nos de audiovisual, música, cinema e bibliotecas.

FIRJAN - Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro. Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil. Disponível em: . Acesso em 29.09.2019. FLORIDA, R. The rise of the creative class... and how it’s transforming work, leisure, community, & everyday life. New York: Basic Books, 2002. 434p. HOWKINS, J. The creative economy. How people make money from ideas. London: Penguin Press, 2001. 264p. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. PNAD Contínua - Pesquisa nacional por amostra de domicilio contínua. 2019.