Resumo

O consumo de água é pauta de discussões em âmbito doméstico desde os anos 90. Segundo o relatório das Nações Unidas (2017), dois terços da população mundial vivem em áreas que passam por escassez de água em, pelo menos, um mês ao ano, o que afirma que a água além de ser um recurso essencial, é escasso e limitado. Assim, proporcionando maior conscientização pelo seu consumo direto ou indireto por parte da população, espera-se que o consumo se torne mais consciente. Nesse contexto, introduziu-se o conceito de pegada hídrica, por Hoekstra (2002), para mensurar o consumo de água.

Tendo em vista que a otimização do consumo de água é uma pauta interessante a se tratar, principalmente na região nordeste, onde há historicamente problemas com secas, surge o seguinte questionamento: Quais fatores são determinantes à mensuração da pegada hídrica estendida na Universidade Federal do Ceará (UFC)? O presente trabalho tem por objetivo geral identificar os fatores determinantes à mensuração da pegada hídrica estendida na Universidade Federal do Ceará (UFC).

Na revisão de literatura foram apresentados tópicos referentes à educação ambiental e sua evolução no cenário nacional e internacional, indicadores de sustentabilidade ambiental, o conceito de pegada hibrida introduzido por Hoekstra (2002) e alguns estudos anteriores sobre a temática em questão.

A pesquisa classifica-se como quantitativa de caráter descritivo, realizada por meio um questionário como instrumento de coleta de dados. A amostra foi composta por 87 estudantes de ciências contábeis da UFC e o coleta se deu após a apresentação sobre os conceitos da pegada hídrica e sua importância para o consumo consciente da água no segundo semestre de 2019. Para análise dos dados realizou-se estatística descritiva.

Os resultados obtidos apontaram, na estatística descritiva, a pegada hídrica média de 2.248,90 m³, sendo a menor pegada hídrica (PH) o valor de 722 m³, e o maior PH no valor de 4.411 m³, apresentando um desvio de 875,41 m³. Dentro dos fatores que determinam o valor da pegada hídrica, destacou-se a categoria Food, mostrando que os hábitos alimentares devem ser levados em consideração quando se pensa em consumo sustentável de água.

Após análise de dados e calcular a pegada hídrica da amostra, nota-se que, dentre os fatores responsáveis pela mensuração da pegada hídrica, o consumo de alimentos (especialmente o de carne) destaca-se entre os outros fatores abordados na calculadora (consumo doméstico e industrial). Este trabalho buscou levantar a temática dentro da universidade, com o objetivo prático de conscientizar os alunos. Além disso, também buscou fomentar a discussão sobre a pegada hídrica no ambiente acadêmico para ampliar os resultados na literatura nacional, principalmente na região do nordeste brasileiro.

HOEKSTRA, A. Y. et al. The water footprint assessment manual: Setting the global standard. Routledge, 2011. HOEKSTRA, A. Y.; MEKONNEN, Mesfin M. The water footprint of humanity. Proceedings of the national academy of sciences, v. 109, n. 9, p. 3232-3237, 2012. MIRANDA, J. B.; VASCONCELOS, A. M.; FERREIRA, D. D. M. Pegada hídrica de estudantes universitários de santa catarina. Revista Gestão & Sustentabilidade Ambiental, v. 6, n. 2, p. 227-239, 2017.