Resumo

A conjuntura econômica atual, a sociedade espera das empresas mais que a maximização dos lucros. Para que a empresa tenha atividade duradoura e adequado desempenho financeiro, deve considerar os interesses de todos os seus stakeholders e buscar atender a esses interesses, o que leva a uma imagem positiva no mercado (FREEMAN, 2001). Resulta daí a boa reputação e credibilidade, menor probabilidade de externalidades negativas, a preferência dos consumidores, melhor visibilidade perante os investidores, entre outros benefícios (MACHADO FILHO, 2006).

Objetivo: abordar demonstrações de como empresas dos setores agrícola, de alimentos e de bebidas agiram para dar respostas responsáveis e equilibradas, pensadas de maneira integrada e sustentável, às demandas surgidas das diversas relações, especialmente na pandemia de Covid-19. Pergunta de pesquisa: como a Covid-19 tem afetado as estratégias de responsabilidade social de empresas brasileiras dos setores agrícola, de alimentos e de bebidas?

Para que uma organização tenha perenidade e alcance resultados operacionais e financeiros duradouros, deve gerar valor para todos os seus stakeholders (FREEMAN, 2001). Contudo, uma empresa geradora de valor para todos os seus stakeholders é também, e primeiramente, uma empresa socialmente responsável (TENÓRIO, 2015). Sua atuação é fundamentada sobre princípios éticos, de qualidade, de uma gestão responsável das pessoas e dos recursos, com ambientes de trabalho saudáveis e mínima agressão ao meio ambiente.

Para o desenvolvimento desse artigo foi realizada uma pesquisa bibliográfica e documental. Lakatos e Marconi (2007) ressaltam que a pesquisa bibliográfica permite o pensamento reflexivo e descobrir novos fatos e circunstâncias. Do mesmo modo, Fonseca (2002) argumenta que a pesquisa documental permite a descoberta e a identificação de novos fatos a partir da pesquisa em fontes primárias, tais como jornais, revistas, relatórios de empresas, dentre outras fontes documentais.

Oito empresas dos setores de alimentos e bebidas se juntaram em um movimento para investir 370 milhões de reais na ajuda aos pequenos varejos. O movimento denominado “Nós” envolve Ambev, Aurora Alimentos, BRF, Coca-Cola Brasil, Grupo Heineken, Mondelez International, Nestlé e PepsiCo e trata de fatores como distribuição de kits de higiene e cartilhas para orientar os empreendedores a seguir novas normas de segurança, reabertura do comércio com foco na saúde, reabastecimento facilitado dos estoques, fortalecimento das relações entre comércio/consumidores, divulgação de informes relevantes.

As indústrias dos setores agrícola, de alimentos e de bebidas, consideradas atividades essenciais, principalmente neste período pandêmico, vêm seguindo em uma direção oposta da maioria dos demais setores da economia brasileira. Segundo informações da ABIA (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos), além de não terem parado suas produções em nenhum momento, os setores, até o mês de junho, já contrataram mais de 6 mil novos funcionários.

BARNETT, M.L. Stakeholder influence capacity and the variability of financial returns to corporate social responsibility. Academy of Management Review, 32, pp. 794– 816, 2007. CARROLL, A. B.; SHABANA, K. M. The Business Case for Corporate Social Responsibility: A Review of Concepts, Research and Practice. International Journal of Management Reviews. v. 12, n. 1, 2010. ELKINGTON, J. Sustentabilidade, canibais com garfo e faca. São Paulo: M. Books do Brasil, 2012. FREEMAN, R. Edward. A stakeholder theory of the modern corporation. Perspectives in Business Ethics Sie, v. 3, n. 144, 2001.