Resumo

Em março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou uma pandemia do coronavírus, covid-19. Os governos de muitos países adotaram medidas que afetam drasticamente o cotidiano da sociedade. Entre os prejuízos que podem ser citados estão a queda das ações, e restrições ao modo de operação de grandes e pequenas companhias de todos os setores. Considerando o impacto global da pandemia, volta-se o estudo para cadeias extensas de produção de alimentos e sua substituição pelas menores, para facilitar o acesso na região Amazônica.

Considerando o impacto global da pandemia, o presente artigo busca analisar as ações e estratégias da gestão da cadeia curta de suprimentos de alimentos na Amazônia para manter o processo de produção, distribuição e consumo em meio à crise. Com os seguintes objetivos específicos: (1) Descrever as características da cadeia curta de suprimentos na Amazônia; (2) Compreender os papéis que o Estado e as políticas e programas públicos em termos de apoios diversos à cadeia curta de suprimento no Estado do Amazonas e; (3) Mapear as ações e estratégias implementadas na cadeia curta de suprimento no Est

As cadeias de suprimentos ou Supply Chain Management (SCM) podem ter cinco perspectivas sendo elas estrutural, sistêmica, estratégica, de relacionamento e de negócios (Aguiar, 2010). Essa estrutura da SCM fornece bases teóricas para as Cadeias Curtas de Suprimentos (CCS). O estudo de cadeias alternativas ajuda a criar meios para obter benefícios sociais e econômicos. No Amazonas, as produções estão em processo de mutação. O estado atua em frentes de crédito, seguro, infraestrutura, gerenciamento e formação de cadeia curta de suprimento por meio de programas fomentados por verbas estaduais.

Realizou-se um comparativo dos dados dispostos nos relatórios públicos da ADS dos anos de 2018 e 2019 para análise demonstrativa dos efeitos no mesmo período (março a junho) no ano de 2020, e da entrevista semiestruturada com o gestor da área logística e presidente do órgão, e demais documentos que comprovam a ação. A escolha foi realizada por se tratar de uma análise mais detalhada sobre um fenômeno dentro de um contexto histórico (BANDEIRA DE MELLO; SILVA, 2006). A entrevista semiestrutura foi realizada de forma presencial, na sede da ADS, em Manaus, com o presidente do órgão.

As ações de restrição para conter a propagação do Covid-19 atingiram a cadeia curta de suprimento de alimentos no Amazonas em março de 2020. A Agência de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (ADS) suspendeu a realização de nove feiras em Manaus e 21 no interior do estado. As aulas das escolas estaduais e municipais, onde se desenvolve o Programa de Regionalização da Merenda Escolar pararam. A decisão afetou o escoamento da produção e demandou novas orientações para a logística de entrega ao consumidor, a dinâmica de reabastecimento precisou ser reorganizada desde a realocação de recursos.

As ações demonstram agilidade por parte do poder público e as alterações na gestão da cadeia de suprimentos curta realizada pela ADS em curto prazo, para conhecimento da operação logística do Amazonas composto por 62 municípios e para reconhecer os processos de flexibilidade na gestão no interior do Amazonas. Com isso é possível perceber que a cadeia é benéfica ao diminuir o consumo de alimentos processados industrialmente (GAZOLLA, 2019), como também que os desafios não se restringem somente ao transporte (ALENCAR, et al, 2010), como também em etapas de planejamento e divisão do produto.

AGUIAR, E.C. Contribuição ao estudo do fator risco no desempenho de organizações e cadeias de suprimentos. Tese (Doutorado em Administração). Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo (FEA-USP), 2010. AGUIAR, L.C.; DELGROSSI, M. E.; THIM, K. M. Cadeia de suprimentos curta de alimentos: características de uma fazenda familiar. Cienc. Rural, Santa Maria, v. 48, n. 5, e20170775, 2018. Disponível em . Acesso em 30 de junho de 2020.