Resumo

Título do Artigo

LÓGICAS INSTITUCIONAIS E HIBRIDIZAÇÃO EM EMPRESAS SOCIAIS: um estudo em Empresas Sociais de Belo Horizonte/MG
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Tema

Empreendedorismo e Negócios de Impacto

Autores

Nome
1 - Laísa Santos Magalhães
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS (PUC MINAS) - Programa de Pós Graduação em Administ - Coração Eucarístico Responsável pela submissão
2 - Jean Jose Lopes
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS (PUC MINAS) - Programa de Pós Graduação em Administ - Programa de Pós Graduação em Administração
3 - Armindo dos Santos de Sousa Teodósio
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Reumo

Ainda presentes no século XXI, a pobreza e a degradação do patrimônio ambiental resultam em graves e desafiadores problemas na sociedade contemporânea. Como uma das estratégias para superar esse quadro de crescentes problemas socioambientais, é importante mencionarmos as Empresas Sociais, que tem como objetivo a resolução dos problemas socioambientais e a entrega de valor, seja através de um produto ou serviço. Para problematização das Empresas Sociais, o estudo partiu da Teoria Institucional, que é pautada em processos, competências e padrões.
A abordagem utilizada no estudo permite uma compreensão mais avançada das pressões, hibridizações e perspectivas vivenciadas por Empresas Sociais (ES) na reprodução de suas atividades. Assim, o presente estudo se organiza a partir da seguinte problemática: “Em quais aspectos de gestão as Empresas Sociais pautadas nas correntes diferentes correntes se assemelham e se diferem?”.
As organizações são sistemas sociais heterogêneos, complexos e que tem suas decisões pautadas na eficiência, como consequência podemos citar o institucionalismo organizacional, que parte do pressuposto de que as ações organizacionais são decorrentes de diferentes atores sociais, culturais, simbólicos, entre outros aspectos (Selznick, 1996; Motta & Bresser-Pereira, 2004; Grigoletto & Alves, 2019). Já as ES, buscam a inclusão e melhoria socioeconômica dos indivíduos através da entrega de valor, por meio de produto ou serviço que supra as necessidades das classes C, D e E (Naigeborin, 2010).
Destaca-se que para análise da gestão dessas empresas e fundamentação deste estudo qualitativo, foi realizado entre junho e agosto de 2020, um estudo de caso comparativo com quatro empreendimentos de Belo Horizonte-MG as quais são representadas por nomes fictícios (Agri-Urb 1, Alfa, Beta e Ômega) ao longo do estudo. Nesse sentido, considera-se o presente estudo qualitativo como teórico-empírico, de caráter exploratório e descritivo.
A Agri-Urb 1 assemelha-se às empresas tradicionais por prezar a sistematização e padrões de processo, associando-se ao isomorfismo normativo. A empresa Beta, possui uma hierarquização em sua estrutura, onde a tomada de decisão é feita de forma centralizada e possui um padrão institucionalizado de processos onde a rotina dos funcionários são pré-definidas. Essas características se assemelham a Ômega, com uma diferença na tomada de decisão, que acontece de forma coletiva. Já a Alfa, baseia-se em crenças comuns e em lógicas compartilhadas, o que à compara ao isomorfismo mimético.
Apesar do objetivo em comum das ES, as empresas Agri-Urb 1, Alfa, Beta e Ômega possuem diferentes tipos de gestão, as quais podemos associar aos isomorfismos presentes na Teoria Institucional. A Agri-Urb 1 pode ser associada a corrente norte-americana da ES e ao isomorfismo normativo. A Alfa, Ômega e Beta apesar de algumas distinções, se assemelham às ES da corrente europeia e da terceira corrente, que possibilita uma associação também ao isomorfismo mimético. Todavia, apesar das diferenças de gestão, as ES são imprescindíveis, pois buscam suprir lacunas socioambientais existentes.
Grigoletto, F., & Alves, M. A. (2019). Leitura do Institucionalismo Organizacional a partir da Teoria do Organizar de Karl Weick. Cadernos EBAPE.BR, 17(2), 247-262. Naigeborin, V. (2010). Negócios sociais: um modelo em evolução. http://www.artemisia.org.br/pdf/negocios_sociais.pdf Motta, F. C. P., & Bresser-Pereira, L. C. (2004). Introdução à organização burocrática. São Paulo: Pioneira Thompson Learning. p. 14-17. Selznick, P. (1996). Institutionalism "Old" and "New". Administrative Science Quarterly, Vol. 41, No. 2, 40th Anniversary Issue, pp. 270-277.