Resumo

Para Botsman & Rogers (2011), o sucesso do compartilhamento deu-se estruturalmente em três grandes frentes: colaboração, tecnologia e o desejo de que os produtos e serviços fossem mais eficientes, ultrapassando a simples forma capitalista de aquisição e consumo. Assim, esses ensejos fortaleceram as relações on-line, em um compartilhamento na forma peer-to-peer (P2P), ou seja, transações feitas de indivíduo para indivíduo.

Busca-se uma melhor compreensão da estrutura de colmeia de Owyang (2016) ao que compete o aprofundamento da compreensão das iniciativas empresariais, em relação aos próprios conceitos e visões corporativas, com destaque as iniciativas consideradas como Unicórnios, ou seja, avaliadas no mercado com faturamento de pelo menos US$ um bilhão. Adicionalmente, uma avaliação das características empresariais sobre as seis dimensões de acesso ao consumo de Bardhi & Eckhardt (2012): temporalidade, anonimato, mediação de mercado, envolvimento do consumidor, tipo de objeto acessado e consumismo político.

Para Martin, Upham, & Klapper (2017), há a esperança de que o surgimento desses novos modelos de governança de plataforma irão contribuir para uma mudança de valores dentro da economia compartilhada, na qual os pilares sociais e ambientais são promovidos na mesma intensidade que as questões lucrativas. A forma da iniciativa empresarial da economia compartilhada refere-se à estratégia do relacionamento entre os colaboradores, os usuários e a empresa organizadora/intermediadora.

As investigações de fenômenos recentes são subsidiadas por Yin (2015), sobretudo quando o objetivo do estudo se estrutura na análise de transformações contemporâneas da sociedade, sem indícios históricos. Sendo fundamental a compreensão teórica e empírica de campos recentes e com organizações já consagradas na sociedade como é o caso de Uber e Airbnb.

A compreensão das 272 iniciativas surge como um fenômeno tecnológico e global, escolheu às análises de Owyang (2016), em sua criação da colmeia de startups e organizações que adotam os princípios de economia compartilhada como forma de negócio. O relacionamento das seis dimensões de acesso ao consumo de Bardhi & Eckhardt (2012), permitem identificar a substituição da nomenclatura de Anonimato para Elementos da Tríplice, os entendimentos conceituais dessa dimensão, e de Mediação de Mercado e Envolvimento do Consumidor; a inclusão ainda a tecnologia como uma dimensão essencial.

A análise individual inédita de cada empresa permitiu concluir que: 86% das 272 empresas analisadas têm como objetivo principal o lucro; 56% estão localizadas ou tem presença principal nos EUA; 51% das empresas analisadas foram fundadas por homens e em grupos e 88,96% ainda se encontram ativas. Em relação a Bardhi & Eckhardt (2012) cria-se ainda, como 7ª dimensão a tecnologia e uma releitura as outras dimensões, como: Anonimato e Mediação de Mercado e Envolvimento do Consumidor.

Bardhi, F., & Eckhardt, G. M. (2012). Access-Based Consumption: The Case of Car Sharing. Journal of Consumer Research, 39(4), 881–898; Botsman, R., & Rogers, R. (2009). O que é meu é seu: como o consumo colaborativo vai mudar o nosso mundo; Grybait?, V., & Stankevi?ien?, J. (2018). An empirical analysis of factors affecting sharing economy growth; Martin, C. J., Upham, P., & Klapper, R. (2017). Democratising platform governance in the sharing economy: An analytical framework and initial empirical insights; Owyang, J. (2016) Honeycomb 3.0: The Collaborative Economy Market Expansion.