Resumo

A urbanização, a globalização e a revolução digital são fenômenos sociais que moldam a vida cotidiana de todos. Mais pessoas estão morando nas cidades, o tempo de deslocamento e viagens tornou-se ainda mais curto e a onipresença e o uso massivo de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) mudaram a forma como a humanidade trabalha, vive e se comporta. Além disso, as Cidades Inteligentes e Sustentáveis (CIS) surgiram neste contexto, sendo também um fenômeno novo que surge entre os últimos mencionados.

Embora os estudiosos tenham dado atenção ao fenômeno das CIS, há uma lacuna nos estudos que as exploram sobre o que torna as cidades mais inteligentes. Nosso objetivo é encontrar os principais construtos que poderiam explicar a inteligência urbana. Considerando a natureza conceitual do nosso objetivo, optamos por uma abordagem qualitativa e exploratória, na qual criamos proposições por meio de uma revisão narrativa de publicações sobre CIS e da interconexão com outras teorias das ciências sociais aplicadas (por exemplo, inovação, marketing, desenvolvimento e administração pública [AP]).

Na literatura, três tópicos principais explicam a inteligência urbana: o primeiro está relacionado à inovação (e.g. co-criação, colaboração e outros construtos, e acadêmicos como Carayannis e Leydesdorff) e marketing urbano (e.g. produto urbano, urbano processo e outros construtos, e acadêmicos como Kotler); a segunda está relacionada à governança dentro da administração pública (e.g. transparência, responsabilidade, governo eletrônico, e acadêmicos como Chourabi, Meijer e Bolívar); e o terceiro está relacionado ao desenvolvimento (como os acadêmicos Todaro e Amartya Sen).

Considerando a natureza conceitual do nosso objetivo, optamos por uma abordagem qualitativa e exploratória, na qual criamos proposições por meio de uma revisão narrativa de publicações sobre Cidades Inteligentes e Sustentáveis e da interconexão com outras teorias das ciências sociais aplicadas, como aquelas relacionadas à inovação, marketing, desenvolvimento e administração pública. Três tópicos da literatura explicam a inteligência urbana: primeiro, relacionado à inovação e o marketing urbano; segundo, relacionado à governança; terceiro, relacionado ao desenvolvimento.

A inovação urbana é formada pela relação de construtos de marketing e inovação, tornando-as mais inteligentes, inovadoras e orientadas para a criação de valor para as partes interessadas, transformando a sociedade e os governos. A governança inteligente é composta por uma PA sustentável, inovadora, estratégica, e com uso massivo de TIC como uma ferramenta de comunicação entre os atores, governo eletrônico e valores ancorados na transparência, prestação de contas e do envolvimento dos atores na tomada de decisões. O Desenvolvimento Inteligente utiliza as TIC para superar problemas urbanos.

O objetivo deste artigo foi alcançado ao explorar e propor três construtos que explicam as fronteiras que moldam a inteligência urbana. Nossa principal descoberta é a quarta proposição, na qual resumimos os três construtos apresentados nas outras proposições anteriores, ou seja, o que realmente significa inteligência urbana. Portanto, a inteligência urbana depende da inter-relação dos construtos de inovação urbana, governança inteligente e desenvolvimento inteligente. Mais ainda, definimos “produto urbano” e “processo urbano” relevantes para a construção da inovatividade urbana.

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