Resumo

Título do Artigo

INDICADORES DE ECONOMIA CIRCULAR DO SETOR SIDERÚRGICO NACIONAL: UMA ANÁLISE DAS EMPRESAS LISTADAS NA B3
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Tema

Comunicação, Indicadores e Modelos de Mensuração da Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Leandro Teodoro Soares Dias
Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" - UNESP - Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá
2 - Rayla dos Santos Oliveira Dias
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO / UFRJ - Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis / FACC Responsável pela submissão
3 - Raphael Laraia Rocha de Barros Cobra
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Reumo

A grande exploração de recursos naturais é um dos principais problemas ambientais do mundo. Nos últimos anos o objetivo tem sido de promover o crescimento econômico, criando novos negócios e oportunidades de emprego, economizando materiais, diminuindo a volatilidade dos preços, melhorando a segurança do fornecimento e, ao mesmo tempo, reduzindo as pressões e os impactos ambientais (KALMYKOVA,et al. 2018). Segundo a WSA (2019) uma economia circular sustentável é aquela em que a sociedade reduz a demanda sobre os recursos da natureza, garantindo a utilização dos recursos em uso o maior tempo.
O aço é considerado o material mais reciclável e reciclado do mundo, no Brasil cerca de 30% de todo o aço produzido é decorrente de origem reciclável (WTA, 2019). Quais os indicadores de economia circular e o nível desses indicadores, evidenciados pelas empresas do setor siderúrgico nacional? O objetivo é analisar os indicadores de economia circular e o nível dos indicadores, das empresas do setor siderúrgico nacional da B3, a partir dos conceitos da World Steel Association (2020) e dos níveis definidos por Geng e Doberstein (2008).
Uma economia circular, é entendida como aquela em que o valor de produtos, materiais e recursos são preservados no sistema econômico pelo maior tempo possível e minimizada a geração de resíduos (EUROPEAN COMMISSION, 2015). A World Steel Association (2020) definiu os 4 R’s dos processos da economia circular: Redução, Reutilização, Remanufatura, Reciclagem. Geng e Doberstein (2008) destacam que estes indicadores podem ser categorizados em medidas quantitativas de desempenho econômico, ambiental e social. E esta categorização está dividida em três níveis: micro, meso e macro.
Em relação ao objetivo, este estudo é classificado como descritivo e exploratório, quanto aos procedimentos, foram realizadas pesquisa bibliográfica e pesquisa documental com a análise de dados secundários nos relatórios de sustentabilidade das empresas que fizeram parte da amostra. A amostra final foi composta por 3 empresas, CSN, Gerdau (junto com a Metalúrgica Gerdau) e Usiminas. A coleta de dados foi realizada nos meses de abril e maio de 2020, para análise de dados foram considerados os relatórios mais recentes publicados, dos anos de 2016, 2017 e 2018.
De forma geral o setor evidenciou indicadores que podem ser considerados como processos de economia circular conforme os 4 R’s. A maioria dos indicadores evidenciados estão relacionados aos processos de Redução e Reutilização. A Redução envolve principalmente os custos com energia, consumo de água e gases. A Reutilização abrange basicamente sucatas como matéria prima, e rejeitos do processo para produção de outros produtos. Quanto ao nível desses indicadores nos aspectos econômicos, sociais e ambientais, os resultados revelaram uma maior evidência de indicadores de nível Micro.
Apesar do setor siderúrgico estar aplicando os conceitos de economia circular em seus processos, os indicadores evidenciados concentram-se em processos inerentes as atividades produtivas do setor, como por exemplo, o uso de sucatas para a produção do aço e o reuso da água. Estas medidas podem estar mais relacionadas as características do processo siderúrgico do que com o processo de economia circular em sua essência. Portanto, ainda falta um longo caminho para que este ciclo se feche e cumpra os princípios definidos pelos conceitos de circularidade.
ELLEN MACARTHUR FOUNDATION. Circularity Indicators: An Approach to Measuring Circularity, 2015. WORLD STEEL ASSOCIATION. Steel’s contribution to a low carbon future and climate resilient societies - worldsteel position paper, 2020. GENG, Y.; DOBERSTEIN, B. Developing the circular economy in China: Challenges and opportunities for achieving “leapfrog development”. International Journal of sustainable Development & world Ecology, 2008.