Resumo

Título do Artigo

A ESTRUTURA DA REDE ENTRE ATORES SOCIAIS E STAKEHOLDERS EM UM NEGÓCIO SOCIAL - Um estudo de caso no instituto da primeira infância (IPREDE)
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Tema

Empreendedorismo e Negócios de Impacto

Autores

Nome
1 - Glailton Robson Costa Pinto
Universidade Federal do Ceará - UFC - Responsável pela submissão

Reumo

A busca de ações que minimizem e que, até, eliminem as diferenças sociais parece ser o grande desafio do futuro da Humanidade. O crescente interesse despertado por iniciativas sociais inovadoras, tanto de empreendedores, como de empreendimentos sociais e de movimentos, faz supor que está se estabelecendo um campo fértil de estudos para os pesquisadores das Ciências Sociais (BIGNETTI, 2011). Nesse contexto, os negócios sociais têm o intuito de mudar esse sistema e construir um mundo com maior responsabilidade social.
Diante de tal destaque e importância do tema surge o questionamento que incita esta pesquisa. Busca-se então responder à seguinte questão: Como se dá a formação estrutural de uma rede de stakeholders do Instituto da primeira infância - IPREDE? Diante da relevância do tema que aborda sobre negócios sociais e a sua relação com o desenvolvimento do capital social junto aos seus stakeholders, estabelece o objetivo geral deste trabalho, o qual consiste em analisar a rede de stakeholders do Instituto da Primeira Infância – IPREDE segundo a dimensão estrutural do capital social
Segundo Petrini, Scherer e Back (2016) emerge um modelo de organização hibrida que combina as competências do setor de negócios com fins lucrativos com os conhecimentos de gestão social, com o objetivo de resolver problemas sociais utilizando ferramentas e mecanismos de mercado, o que origina negócios com impactos sociais. Assim, compreende-se que a teoria do capital social inclui a noção da formação de uma rede de atores capaz de fortalecer as ligações e estreitar interesses entre as diferentes partes interessadas.
Quanto a abordagem do problema, a pesquisa é qualitativa. A pesquisa desenvolve-se através de um estudo de caso com o IPREDE. Para pesquisa em questão, as principais técnicas de coletas de dados utilizadas são um roteiro de entrevista semiestruturada com perguntas abertas e documental. Para à codificação das informações para análise de informações foram utilizados os seguintes software: UCINET 6.357 sendo a visualização dos dados sociais da rede permitida pelo uso do software NetDraw 2.814.
A dimensão do capital social analisada foi a estrutural. Os resultados são revisitados e discutidos à luz da literatura. Primeiramente, percebe-se que as execuções de ações sociais conferem ao IPREDE a construção do seu capital social. Embora pelo discurso dos entrevistados não tenha sido possível a percepção de uma rede de relacionamentos sob a perspectiva dos recursos de que cada ator possui (BOURDIEU, 1980), os relatos levam à compreensão de engajamento e da formação de uma rede entre os atores por meio das ações sociais, gerando um senso de comunidade e cooperação mútua entre as partes.
Quanto às contribuições, a principal contribuição acadêmica desta pesquisa foi colocar em evidência a discussão acerca da atuação do capital social em relação ao desenvolvimento de um negócio social. Temáticas que juntas não foram exploradas na literatura. A pesquisa contribuiu ainda para o entendimento mais profundo de como é constituído o capital social de um empreendimento social, mais especificamente o IPREDE, sendo possível identificar os atores da sua rede de stakeholders, como eles se relacionam e como são percebidos em termos de códigos compartilhados.
BOURDIEU, P. Le capital social. Actes de la recherche en sciences socieales, v. 31, p. 2-3, 1980. BURT, R. S. The network structure of social capital. Research in Organizational Behaviour. v. 22, p. 345-423, 2000. COLEMAN, J. S. Foundations of Social Theory. Cambridge: Harvard University Press, 1990. NAHAPIET, J.; GHOSHAL, S. Social capital, intellectual capital, and the organizational advantage. Academy of Management Review, v. 23, n. 2, p. 242-266, 1998. PUTNAM, R. D. Comunidade e Democracia: a experiência da Itália moderna. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2002.