Resumo

Título do Artigo

Adoção de práticas orientadas pelo Marco de Sendai na gestão de riscos de desastres: o caso pandemia de COVID-19
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Tema

Políticas Públicas para a Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Ana Flávia Prado Rocha
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS - Escola de Administração Responsável pela submissão

Reumo

As mudanças provocadas pela ação humana no planeta têm sido o desafio central das discussões sobre gestão do desenvolvimento sustentável, pautado nos pilares social, ambiental e econômico. Os ODS, propostos pela Agenda 2030 das Nações Unidas, trazem o compromisso com o desenvolvimento humano digno e igualitário, com foco em progresso econômico, social e tecnológico em harmonia com a natureza (ONU, 2015). Considerando a gestão de riscos de desastres e o Marco de Sendai como pano de fundo e tendo como norteadores os ODS, este trabalho visa investigar práticas adotadas para a pandemia.
Considerando a gestão de riscos de desastres e o Marco de Sendai como pano de fundo e tendo como norteadores os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, este trabalho visa investigar práticas adotadas ao redor do mundo que apontem mudanças de paradigmas para a governança da gestão de riscos pela sociedade e pelos governos.
O conceito de risco é transversal a inúmeras disciplinas. Smith e Fishbanner (2009) descrevem o risco como um fenômeno com fronteiras permeáveis, podendo ser sociotécnico, geopolítico, organizacional, cultural, físico ou relacionado à saúde. A análise de riscos trazida pelo Global Assessment Report 2019 (UNDRR, 2019), propõe a avaliação das métricas para os sete objetivos do Marco de Sendai baseada em um conjunto de componentes inerentes ao conceito de risco e seus efeitos, que é o arcabouço das práticas atuais dos estados membros.
Foram selecionados exemplos de práticas orientadas aos Targets E e G, a saber: estratégias para redução de risco de desastres e alertas precoces e informação sobre risco. A UNDRR utiliza métricas para a avaliação do atingimento de cada objetivo, que funcionam como balizadoras da estratégia dentro do protocolo universal proposto (UNDRR, 2019). A partir da análise de publicações realizadas ao longo do período da pandemia em curso (março a agosto de 2020) foram coletados exemplos de desafios e práticas relacionados aos Targets E e G.
A partir dos exemplos analisados, com vistas à identificação de desafios que apontem para mudanças de paradigmas na governança da gestão de crises, foi possível observar a complexidade de elementos e fatores envolvidos na gestão de riscos de desastres, bem como sua dinâmica muito conectada à interferência humana no planeta. A pandemia de COVID-19 trouxe a todas as nações desafios ainda não conhecidos, de colapso estrutural de modelos, provocado pelo efeito de feedback positivo da desestabilização do sistema pela ameaça silenciosa do vírus.
A pandemia de COVID-19 vem gerando um massivo volume de troca de informações e experiências, inovações e estratégias que deverão ser absorvidas pelas estruturas internacionais de governança, de forma a consolidar o aprendizado em práticas de gestão e resiliência, bem como na revisão das formas como nos relacionamos com o planeta.
ONU. Organização das Nações Unidas. Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. 2015. Disponível em: < https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2015/10/agenda2030-pt-br.pdf > Acesso em 08.ago.2020. UNDRR. United Nations Office for Disaster Risk Reduction. Global Assessment Report on Disaster Risk Reduction. Geneva, Switzerland, 2019. UNDRR. United Nations Office for Disaster Risk Reduction. Sendai Framework for Disaster Risk Reduction 2015-2030. Sendai, Japan, 2015.